Fica difícil criar uma imagem de alguém com base em poucas informações, como idade e sexo, por exemplo. Mas, se esses dados virem acompanhados com fotos, vídeos, cartas e desenhos já dão uma noção melhor do perfil da criança ou adolescente. O Aplicativo Adoção foi lançado com esse propósito, proporcionando mais informações sobre aqueles que estão à espera de uma família do coração, visando a aproximá-los mais daqueles que estão no outro lado, na busca por um filho ou filha.
Evitando exposição aos menores, essas informações mais detalhadas e com a identificação só estão disponíveis a quem já está no Cadastro Nacional de Adoção e, portanto, habilitado a adotar uma criança ou adolescente. A expectativa é que o uso dessa tecnologia ajude a humanizar a busca e, assim, desperte o interesse também por aquelas crianças e adolescentes já crescidos, que têm irmãos ou algum problema de saúde. Elas fogem daquele padrão formado por bebês saudáveis.
Essa preferência contribuiu para uma estatística nada positiva, pois, no Cadastro Nacional de Adoção, há 44.224 pretendentes, enquanto na outra ponta existem 9.014 crianças à espera de uma família adotiva. Uma rápida análise revela que há algo curioso nessa relação, pois, se dependesse dos números, não haveria crianças e adolescentes sem pai ou mãe.
O aplicativo deve contribuir para aproximar as duas listas, mas a preferência dos pretendentes não é o único obstáculo para que crianças e adolescentes tenham um lar. Pesa nesse cenário a demora que geralmente caracteriza um processo de adoção. A destituição familiar na criança deve ser feita com cautela e muito cuidado, mas não pode demorar a ponto dela crescer em um abrigo e ter suas chances de adoção reduzidas.