…de qualquer mãe, pai ou apenas ser humano. A vítima é uma criança de dois anos e nove meses. A assassina, uma mulher de 25 anos. A ligação entre ambos? A maternidade. O crime ocorreu em junho, mas só agora a mulher e o companheiro, padrasto da menina, foram presos porque descobriu-se ser mentira a história narrada para disfarçar os machucados que levaram a criança à morte.
A menina Aily foi espancada pela mãe no banheiro da residência em que moravam, em São Leopoldo. A surra que levou a criança à morte ainda foi seguida por um banho gelado. O objetivo seria castigar a menor por ter feito xixi na cama. O padrasto assistiu a tudo sem prestar socorro a quem, indefesa, não resistiu aos golpes de quem lhe deu e também tomou a vida. Ambos foram presos. Ela, ao menos temporariamente, perdeu a guarda do outro filho e ainda pode ser extraditada, já que é venezuelana e veio para o Brasil há cerca de um ano. O fato de ser venezuelana não é nada mais do que um fator curioso nessa história. Más mães brasileiras existem. Não faltam relatos para provar. Os refugiados, de diversas nacionalidades, é bom lembrar, já arcam com preconceitos demais para carregarem mais este. Esta mulher certamente não representa o sentimento dos demais.
O relevante de pensarmos é a situação de nossas crianças. Quantas ainda morrerão nas mãos de quem jamais deveria se permitir colocar no mundo ou ser responsável por um ser indefeso? E quando a sociedade irá entender que a proteção das crianças e adolescentes é responsabilidade de todos? Há relatos de que essa mulher – que afirma que dava palmadas educativas nos filhos – já vinha mostrando sinais de violência com as crianças em outras oportunidades. Ninguém ouviu os gritos por socorro? Provavelmente sim, mas, não quiseram “meter a colher” em briga de outra família. Quem pagou, com a vida, foi a pequena Aily. Quantos mais irão não sabemos. Impedir é responsabilidade de cada um de nós.