Muito se fala a respeito de saúde mental durante a pandemia. O isolamento social, o medo de se contaminar, as pressões pela situação econômica, distância de coleguinhas da escola. São muitos os motivos que estão levanto as pessoas a sofrerem com crises de ansiedade, além do agravamento dos quadros de depressão. Aumentou a procura por atendimento médico e, também, a ocorrência de casos graves como as tentativas de suicídio. Neste mais de um ano de pandemia, o Ibiá vem informando a respeito disso tudo e trazendo a opinião de profissionais a respeito de como sair dessa situação ou prevenir o agravamento. São ações que vão desde uma alimentação adequada, a realização de chamadas de vídeo com amigos e a prática de atividades físicas.
Mas e quando nada disso funciona e você olha para dentro de si mesmo e tem a ânsia de reconhecer que simplesmente não está bem? O Ibiá buscou nesta semana a resposta para essa pergunta. E a encontrada foi: está tudo bem em não estar bem. Ficou confuso? Claro que o ideal era que todos estivéssemos com a saúde física, emocional, sentimental, espiritual e financeira em dia. Mas, passados 13 meses de uma pandemia, quem está com estes cinco pilares da vida intactos? Arriscamos dizer que ninguém.
Todos, de alguma forma, foram impactados pela Covid-19. Uns mais, outros menos. Mas a dor, essa cada um sabe quando sente. Será a de quem esteve doente, pior que o sofrimento de quem perdeu um ente querido, ou mais dolorida do que a da mãe que não tem alimento para oferecer ao filho? Não nos parece algo possível medir ou comparar. Em matéria que publicamos hoje, um especialista em saúde mental destaca algo que merece a reflexão de qualquer um de nós: não há erro em reconhecer que não está com o seu emocional 100% após conviver com tantas dificuldades. Mesmo que você esteja saudável e empregado, saber de tanto sofrimento ao seu redor traz impacto e não há porque fingir que está tudo bem quando não está.
Os distúrbios mentais ainda são vistos pela sociedade como uma fragilidade. Tudo bem quebrar uma perna e precisar de fisioterapia. Ter problema cardíaco e instalar um marcapasso também não choca ninguém.
Mas, o relato de uma depressão levar ao tratamento com psicólogo ou psiquiatra gera olhares de questionamento. Parece errado permitir-se ir ao psicólogo. Quando todos, sem exceção se beneficiariam de uma consulta com profissional da área. Reconhecer que temos o direito de estar angustiados com tudo o que se passa à nossa volta sem ter vergonha das próprias fragilidades é um ótimo começo.