Um ambiente de trabalho salubre é responsabilidade do empregador, mas é obrigação do trabalhador que seja seguido rigorosamente. E não há a menor possibilidade de alguém afirmar que desconhece os Equipamentos Individuais de Proteção (EPI), assim como estruturas de segurança coletiva. O tema é lei, passível de punição, e amplamente divulgado.
Este rigor praticamente afastou o problema do espaço interno das empresas. O agravante é quando o serviço é executado fora, ou ainda no caso de trabalhadores autônomos. Pois nestes dois casos é difícil entender porque um trabalhador iria abdicar daquilo que pode salvar sua vida.
A primeira impressão é desleixo. Falta de vontade em se equipar e se movimentar com alguns limites. Prazos apertados e metas a cumprir também pode ser o que faz o funcionário sucumbir à tentação de buscar o caminho mais curto, ou uma forma de acelerar os processos.
Percebamos que as normas mais rigorosas são relativas às atividades mais perigosas; justamente naquelas onde um erro por fadiga, pressa ou distração pode ser fatal. Há um motivo para que existam normativas de segurança, mas não podemos ignorar que há muito mais do que preguiça por traz da escolha de se pendurar em uma parede há 10 ou 50 metros do chão sem a devida proteção.
Mas digamos que a pressão por resultados não extrapola a normalidade. Então, se entra na discussão a respeito das condições oferecidas, da exigência do cumprimento destas normas da empresa e, ainda mais importante, do treinamento para que o funcionário sinta-se capaz de realizar a tarefa designada. E, mais do que saber fazer, que tenha habilidade para desenvolver o processo usando equipamentos adequados.
Em resumo, a complexidade da segurança no trabalho está na combinação entre necessidade e normatização. Sempre pensado que a vida vem em primeiro lugar. E, ainda mais sucinto, é concluir que o poder está nas mãos daquele que é o maior beneficiado por essas leis. O trabalhador não deve jamais abrir mão de sua proteção. Não há dinheiro que lhe trará de volta depois da queda fatal.
