Passou algum dia desde 2014 sem que você tenha ouvido ou dito a palavra crise? Difícil, porque ela está em todos os lugares e, em Montenegro, atinge sobremaneira a área pública. Enquanto isso, os setores da indústria, do comércio e dos serviços seguem na expectativa de uma virada na economia nacional, algo que não ocorreu com a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer no comando da nação, já que, na linguagem popular, somente trocou-se seis por meia dúzia.
Neste contexto é preciso saudar e multiplicar o exemplo de resiliência do empresariado, que faz o máximo para não demitir e, ao mesmo tempo, enfrenta burocracia, nós logísticos, carga tributária pesada e com retorno pífio, entre outros desafios, para manter-se no mercado. Ontem se encerrou mais uma edição da Expoagas, com números mais positivos do que o ano passado. Foram negociados R$ 482 milhões, ou seja, R$ 21 milhões a mais que em 2016. O número de visitantes chegou a 48 mil, isto é, um aumento de 4 mil em relação à última. Os números provam que o setor supermercadista — um segmento essencial para a economia de Montenegro — busca a superação em meio às adversidades.
O Vale do Caí esteve presente nesta que é a segunda maior feira do setor no país, mas é preciso ampliar a participação, tendo em conta a vocação da região para a produção de alimentos. O Poder Público deveria pensar num programa e incentivar as nossas agroindústrias a lutarem por fatias maiores nas prateleiras dos supermercados e, consequentemente, na mesa dos gaúchos. O projeto do Arranjo Produtivo Local do Vale precisa ser reavivado.