O debate das eleições que irão ocorrer em 7 de outubro deste ano é o momento mais oportuno para o país repensar um novo pacto federativo, em vez de perder tempo com polarizações descabidas entre ditadura e democracia. O cidadão precisa exigir que a nação passe a partilhar seus impostos de forma mais justa, já que os municípios recebem menos de 20% do bolo tributário nacional. Paradoxalmente, é na porta dos prefeitos e dos vereadores que os cidadãos batem quando buscam saúde, educação, segurança…
A Assembleia Geral de Verão da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul, que termina hoje em Torres, pauta justamente esse assunto, porque as dificuldades dos gestores locais não são poucas. Evidentemente que alguns prefeitos são inaptos para o cargo, mas a crise que enfrentam é generalizada. A questão é que não faz sentido, de um lado, estarmos pagando uma das mais pesadas cargas tributárias do mundo e, de outro, recebermos um retorno muito ruim. Nos últimos anos, temos o pior desempenho no ranking do Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES).
Não há momento mais adequado para virar esse jogo do que o pleito nacional. Os candidatos a presidente terão que explicar didaticamente ao eleitorado quais serão suas propostas para descentralizar a arrecadação tributária, dando maior espaço para os municípios. Não podemos aceitar que o Brasil é assim mesmo e ponto final. É o questionamento e o posicionamento crítico do povo que dará um novo norte à nação. Muitos países conseguiram se reinventar depois de guerras e crises. Também podemos.