Apesar das dimensões reduzidas da maioria das cidades e do Vale do Caí se considerar tranquilo, surpreende saber que, em 2016, os agentes da Brigada Militar realizaram quase 1.000 prisões. E isso se refere somente às cidades de abrangência do 5º BPM. O resultado se torna ainda mais expressivo quando nos lembramos das carências e do desprestigio enfrentado por esses servidores estaduais. Falta quase tudo em termos de equipamentos, tempo para treinamento e, se não bastasse, o salário ainda é pago de forma parcelada.
Precisamos dizer com todas as palavras que os policiais querem trabalhar. Esses homens e mulheres escolheram servir à comunidade gaúcha. Escolheram lutar pela lei, pela ordem pública, confrontando o que é considerado destrutivo e violento. Então, quando conseguem realizar uma prisão, desmantelar uma quadrilha, quando conseguem livrar um bairro dos traficantes que escravizam a comunidade, ficam exultantes. Sentem-se importantes, ficam satisfeitos e com a sensação de dever cumprido.
Quem atrapalha o serviço das polícias são os governantes. De um lado, permitem a precarização do combate ao crime e, de outro, deixam proliferar a criminalidade no vácuo gerado pela educação precária, a saúde sucateada e a distribuição de renda inexistente. Nunca um político veio a Montenegro trazendo soluções para nossas mazelas. Jamais perguntaram quais as consequências que a penitenciaria em Pesqueiro trouxe. Tampouco, o impacto que mais de sete rodovias cruzando a região provoca. Restou a nós contar com a eficiência e a dedicação dos policiais militares e civis para manter – não se sabe por quanto tempo – a tranquilidade na região.