Podemos sair (melhor) dessa

É inegável que vivemos uma guerra. E nesta não podemos lançar mão de armas nem bombas contra um inimigo, sem rosto, mas muito poderoso. Agora essa luta parece ainda colocar integrantes do mesmo povo uns contra os outros. Como se alguns lutassem pela vida e outros pelos empregos. No fim descobriremos que precisamos de ambos, mantendo as pessoas saudáveis agora para ali na frente ter força de trabalho para recuperar a economia, que inegavelmente terá sérios abalos. Mas, precisamos reconhecer: temos todos o mesmo inimigo, que nos atinge independentemente da ideologia. E que este inimigo nos conclama a ter mais humanidade.

Podemos sair dessa melhor que entramos. Pode ser difícil perceber isso num primeiro olhar, diante de tantas incertezas. Mas pense sob a perspectiva das oportunidades. Mesmo com o afastamento social, nunca vimos as pessoas mais próximas do que agora. Nada nunca impediu que jovens fossem fazer compras e assim poupar os idosos das filas. Mas precisou vir o coronavírus para isso ser praticado. A verdade é que há tempos não pensávamos tanto sobre o bem-estar e a saúde dos nossos idosos. Quantos não foram os filhos e netos que só “lembraram” que podiam abraçar e beijar os pais até dez dias atrás, mas há meses não o faziam, simplesmente porque a “vida corrida” não lhes permitia lembrar.

É, agora a vida parou. E nessa parada ela nos apresenta algumas muitas lições. Quando eu espirro no antebraço eu não estou me protegendo, mas estou evitando proliferar um vírus que, possivelmente, eu já carregue. Estou pensando no próximo. Sim, isso é estranho. Mas não deveria ser. Já há cidades oferecendo abrigo, um teto, para moradores de rua. Linda ação. Mas sem coronavírus um teto era desnecessário? Agora meios foram encontrados para lhes oferecer dignidade. Vemos nas redes sociais “N” campanhas de arrecadação. Muitas pessoas que antes não olhavam para os mais necessitados agora dizem que “o trabalhador vai morrer de fome” e, acreditamos, estão fazendo doações para estes mais necessitados.

Fato é que o Covid-19 também despertou coisas boas nas pessoas e, quando a tempestade passar, teremos experimentado um tempo diferente que deixará lembranças positivas se levarmos adiante estes aprendizados. Tomara que consigamos passar ilesos ao Covid-19, mas que sejamos contagiados positivamente pelo vírus da solidariedade.

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