Pingo no “i”

Na noite da última quinta-feira, quem acompanha as redes sociais do Jornal Ibiá, pode assistir ao vivo a entrevista realizada pelo jornalista Denis Machado com o presidente da Assembleia Legislativa do RS, o deputado Gabriel Souza. Na edição impressa de hoje você confere os melhores momentos do bate-papo. Entre outras várias questões, uma das mais relevantes abordou o pacote de auxílio emergencial oferecido pelo governo estadual. Souza tratou de colocar o que, popularmente, chama-se de pingo no “i”. Ou seja, esclarecer os detalhes da questão.

Em resumo, o político até concordou com as críticas pela demora do pagamento. Os empresários, por exemplo, ainda não viram nada do dinheiro oferecido. Mas o que Gabriel Souza fez mesmo foi detalhar porque a responsabilidade por oferecer um auxílio digno a trabalhadores e empresários e assim subsidiar a economia é do governo federal. De forma bem superficial, é possível resumir o argumento a: governos municipais e estaduais têm de respeitar o orçamento enquanto o federal tem margem para num fato extraordinário como uma pandemia emitir títulos de moeda pública e assim injetar dinheiro na economia.

Em resumo, disse que, apesar de mais lento do que deveria, o auxílio estadual será muito importante – como é o das prefeituras que conseguiram dar algum apoio aos seus munícipes – mas é algo que vai além das responsabilidades do Estado. Esta é da União. É inegável a razão do legislador, embasada na Constituição Federal. Mas isto não tira a correção de quem cobra celeridade no processo. Afinal, quem precisa do auxílio não tem mais condições de esperar. Os setores da economia beneficiados – como de eventos e bares e restaurantes – estão sufocados por dívidas e necessitando de aportes.

A prefeitura de Montenegro acaba de propor pagar os juros de empréstimos para micro e pequenas empresas, algo que certamente exigirá grande esforço financeiro do Executivo local e que, também, gera ansiedade na população que, logo, cobrará que a ação saia do papel. É natural, todo anúncio positivo precisa ser seguido de ações práticas. Anunciar boas novas é ótimo e gera aplausos. Mas também leva a cobranças.

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