Nosso trânsito ainda é um lugar perigoso, digno de dar medo quando saímos às ruas. Não por acaso, mas está desta forma graças à postura dos motoristas e dos pedestres; sendo que muito pouco tem relação com a condição das rodovias, estradas, ruas e avenidas do Rio Grande do Sul. O perigo reside em nós, seres humanos que fazemos viver este sistema coletivo de convivência chamado de trânsito.
O custo-benefício de respeitar o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é muito grande, fazendo valer a pena seguir normas de convivência. Se perder um pouco de tempo, certamente serão minutos, quando não segundos. Reduzir para dar passagem ao outro condutor, assim como parar na faixa de pedestre, ou fora dela, está impregnado, antes de tudo, de uma lógica abismal. O que você ganha ao exercer um direito sensível, quase invisível, sob risco de colidir ou atropelar?
Basicamente, é tirar o pé do acelerador e ser gentil. Mas, antes de qualquer postura, é ser prudente no deslocamento, inclusive se estiver a pé. A fórmula é que cada um cuide um pouco mais de si e ainda mais dos outros, fazendo uso da teoria básica do convívio social. Imagine você se cada um quiser ter prioridade, tem o compromisso mais importante, ou ainda ser o mais rápido. Então não haverá Código que organize este caos viário.
Neste cálculo divulgado pelo Detran RS está também a causa de embriaguez ao volante, para o qual não há nada a ser acrescido. Nos últimos anos, as campanhas de conscientização e de advertência têm batido nesta mesma tecla, ao ponto de criar ditados populares, como “álcool e direção não se misturam”, “se beber, não dirija”. A esta altura do campeonato não há alguém que não conheça o risco de estar bêbado e pegar a direção de um veículo; restando concluir que assumiram o “por sua conta e risco”.
Todavia, essa postura destrutiva em relação à própria vida desconsidera os efeitos que promove à vida de outras pessoas; fator que configura em crime. Na verdade, é como se o condutor saísse na rua armado com revólver e disparando a exmo em todas as direções; o que não é uma hipérbole, pois há punição com cadeia para os crimes de trânsito semelhante ao assassinato. Afinal, não é o veículo que mata pessoas, são pessoas que matam pessoas.