Eis que chegamos juntos a mais uma celebração da Paixão de Cristo. O condenado mais injustiçado da história humana, que se entregou em martírio para redimir os pecados do mundo. Mas o que será que realmente aprendemos com este sacrifício?
O estudo acadêmico desta fantástica história sempre levanta teorias, contradições e dúvidas; que consideram até mesmo a existência ou não de Jesus Cristo, além das questões técnicas relacionadas à geografia, hábitos e datas da época e região. Como há curiosidade em relação ao fato lendário, é normal que tudo seja debatido sob a ótica dos estudiosos e colocado sob suspeita pelos céticos.
Todavia, a Paixão de Cristo é um fenômeno para ser sentido! Retornado ao questionamento do início deste texto, há algumas lições fundamentais no cerne da Paixão. São ensinamentos sobre respeito, empatia, perdão. Há muita fraternidade nos escritos, há solidariedade. Ensina sobre ser caridoso sem fazer autopromoção; o que em tempos de redes sociais já coloca milhares desviados do caminho proposto. Na verdade, toda a trajetória daquele que os Cristãos chamam de Salvador é repleta destas lições alicerçadas no Bem. Observemos ainda que elas são de humanidade, acessíveis a qualquer pessoa, pois Ele fugiu de exemplos que fossem divinos. O Filho de Deus falou sobre ser gente.
Então quando chega à hora derradeira, ainda tem grandeza para aquela última aula de compaixão, se entregando sem medo. Não que devemos todos morrer em prol de outros pecadores. Ele não pregava a morte, tampouco o suicídio. A metáfora está em não haver sacrifício maior do que se dedicar a outro ser humano, pensado primeiro na felicidade daquele.
Mas então desta forma podemos compreender que os ensinamentos foram absorvidos por milhões de mulheres e homens em volta do planeta. Estes foram perpetuados através das gerações, recebendo definições como “boa ação”, “ser cidadão” ou “ser um bom profissional”. O amor de Cristo está nas profissões, como médico ou professor; está na gentileza cotidiana de dar passagem ou dizer bom dia; e claro no voluntariado e na esmola. São tão relacionadas à natureza humana que, na maioria das vezes, são praticadas sem que percebamos; justamente como Ele queria que fosse.