O pior dos desfechos

Era para ser um final de semana feliz para os montenegrinos. A cidade está de aniversário e, mesmo em tempos difíceis e de muita luta, é hora de homenagear nossa gente e nossa terra. Mas, no domingo, uma notícia chocou e entristeceu. Um montenegrino havia assassinado a companheira a enxadadas. De tão inaceitável, muitos sequer acreditaram na notícia. Infelizmente, era verídica e o crime havia ocorrido na cidade de Venâncio Aires.
Na manhã de segunda-feira, a polícia ainda realizava buscas para que o criminoso, autor de mais um feminicídio registrado no Brasil, fosse preso. As buscas se encerraram não pela prisão, mas porque ele – aparentemente – deu fim à própria vida e o corpo havia sido localizado.
Desfecho pior não poderia ter ocorrido. Desfecho de um relacionamento que, em tese, em algum momento, foi desejado por ambos os envolvidos e cresceu a partir dos sentimentos dos dois. Desfecho de um crime que merecia punição, sem dúvida, mas ninguém imaginava que seria concluído em mais uma morte.
Que sociedade é essa que forma homens capazes de se julgarem donos das companheiras? Seres humanos incapazes de aceitar que só existe relacionamento quando este é o desejo dos dois? Como podem ser tão frios a ponto de impor a violência a quem juraram amor? E depois, no mais covarde dos atos, não responder pelo que fizeram.
O assassino não terá que ver uma família chorar. Não terá que ver uma criança crescer sem mãe. Não terá que responder pelo mal feito. Ele pôs fim a tudo, menos à sensação de insegurança que amedronta as mulheres cada vez mais. Essa parece não ter fim.

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