É realmente desanimador quando um equipamento criado unicamente para atender uma necessidade básica se torna tormento na vida do cidadão. No caso das duas rodovias estaduais que unem e cortam o Vale do Caí – ERS’s 124 e 411 – é um problema que une três comunidades: Montenegro, Brochier e Maratá.
Podemos ainda somar ao cálculo o trecho da 124 que corta Pareci Novo, que foi identificada como um dos fatores agravantes às enchentes, mas para a qual as soluções prometidas em 2024 sequer foram para o papel.
Especialmente no período de maio do ano passado, a situação foi agravada, ao ponto da rodovia 411 precisar de duas obras dentro do plano emergencial lançado pelo Governo do Estado por meio do Daer.
Contudo, as obras foram entregues de forma precária, mas as vias não entraram em um programa mais eficiente e em curto prazo, que resolvesse definitivamente a precariedade das rodovias. Se não bastassem os danos estruturais recentes, existe uma história de reivindicações, marcadas por protestos populares e com apoio de políticos, que uniram as três cidades desta região. Especificamente falando da ERS-411, a falta de projeto que solucione as deteriorações não pode ser explicada se não pelo simples o desinteresse do Estado em uma via que não pode ser considerada uma artéria de ligação regional.
Essa é uma avaliação hipotética, mas cuja possibilidade de ser real remete a um desinteresse pelos moradores que circulam entre Maratá, Brochier e Montenegro. Aquela é o caminho diário das famílias, para trabalho, estudo, compras e lazer; e a rota de escoamento da produção econômica, do setor primário ao industrial; e o endereço de muitas moradias. Para ser mais técnico, a sua extensão limitada é um benefício para receber investimentos, de conservação ou ampliação.
Inclusive, se uma operação tapa-buraco já não atende as mínimas necessidades, em 2025 muitos contribuintes mudaram a reivindicação de manutenção para duplicação, ou, ao menos, trechos de terceira pista. Apenas nos dois “braços” da ERS-124 ainda cabe projeto de recuperação no pavimento, acesso e pontes; enquanto a 411 chegou ao ponto de ser reconstruída inteiramente. Enquanto as prefeituras pensam ampliar a alternativa para circulação de seus munícipes com a construção da Transcitrus, o Estado limita e coloca em risco este direito de ir e vir dos cidadãos.