É muito bonito inaugurar uma obra. Em geral, surgem muitos “pais e mães” desta para cortar a fita da inauguração, todos espremidos para aparecer na foto que entra para a história. É um prédio, rua ou monumento que ali, com cheiro de novo, atrai todos os olhares. Mas os anos vão passando e o novo passa primeiro a habitual, depois se torna velho e, já estando esquecido. E vem a ser lembrado apenas quando está caindo e aí tornou-se um problema. Nesse momento ninguém quer aparecer na foto.
É por um momento assim que passam uma série de prédios públicos de Montenegro. Alguns, já foram alvo de uma série de matérias em tom de alerta feitas pelo Ibiá. É o caso do prédio do Sine/FGTAS e do IPE, para citar dois exemplos. Na última quarta-feira, no programa Pronto, Falei!, Lica entrevistou o vice-prefeito de Montenegro, Cristiano Braatz, no Palácio Rio Branco, mostrando a degradação em que o prédio se encontra. É gravíssima a situação, do ponto de vista da segurança das pessoas que lá trabalham como pela questão histórica. Aquele prédio, assim como tantos outros, merecia ter recebido melhor atenção de muitos que ali passaram. Se tivesse sido melhor cuidado e recebido a atenção devida em forma de manutenções periódicas não estaria na atual situação.
Medidas urgentes terão de ser tomadas para que não tenhamos mais um desabamento na cidade. Na última semana foram dois. O pavilhão da comunidade católica de Passo da Amora e o galpão campeiro do Parque Centenário. Obviamente, em ambos os casos, as estruturas já estavam enfraquecidas com o conhecimento de todos – incluindo das autoridades – e bastou um vento para que viessem abaixo. Em nenhum dos casos houve feridos, felizmente. Mas ambos os espaços farão falta à comunidade montenegrina e poderiam ser ainda muito úteis se tivessem sido bem cuidados.
Se construir algo já é difícil, manter bem cuidado é ainda mais trabalhoso. Manutenção é algo custoso tanto em investimento financeiro quanto de tempo. Mas precisa ocorrer. Mesmo que com transtornos, como ocorrerá nos próximos dias na Ramiro Barcelos. Dois trechos serão trancados na próxima semana – por cerca de 20 dias – pela Corsan no intuito de trocar os canos que rompem quase que diariamente na rua mais comercial de Montenegro. Os lojistas estão felizes? Claro que não. Mas, se a obra resolver o problema, tenho certeza que muitos agradecerão no futuro. Afinal, quantas são as interdições na rua a cada Verão, quando aumentam os rompimentos? Não basta fazer. Tem que manter bem feito. E isso, dá trabalho. Um trabalho nem sempre reconhecido, mas que tem grande valor. Vamos todos cuidar da nossa cidade.