Independência e Democracia somos nós

Independência é o estado de espírito de quem é livre, que não sente amaras, restrições e medo. É típico da democracia, e, ainda que pareça contraditório, é mais perceptível quando exercido na coletividade. Ela requer atitude e dignidade, pede personalidade e comprometimento.

Desde o Grito do Ipiranga e das ações burocráticas e violentas a posteriores, até a efetivação da independência de Portugal, nossa nação prova o gosto de ser dono – e responsável – de suas decisões. É livre para negociar, legislar e para escolher seus governantes. Bom, ao menos em parte! A meia verdade por trás desta percepção coletiva é o fato de a liberdade verdadeira ter sido alcançada com a Proclamação da República. Momento no qual a fórceps e novamente sem a presença do povo, Brasil deixou de sustentar e ser governado por uma família, que poucos entendiam o motivo de ter este poder. E colocado em nossas mãos o direito e a obrigação que derivam da independência e da república, cabe à nação exercer essas prerrogativas, pensando no coletivo e na soberania. Ser independente é bem mais do que se dizer, mas é se fazer.

O ato que comemoramos neste Sete de Setembro é simbólico, é uma criação de identidade. Todo o processo foi conturbado, confuso – pois tinha à sua frente um monarca Lusitano – e servia a interesses financeiros. Características que alimentam as teorias de “herança maldita” para justiçar atrasos que transcorrem 200 anos após o evento às margens do Ipiranga.

Somos uma nação livre e democrática, cheia de riquezas, de um povo trabalhador, com mulheres e homens geniais nas diversas áreas do conhecimento. Temos terra fértil e mares a perder de vista. E por mais que ainda não somos eficientes em reverter este potencial em favor do bem-estar do povo, inclusive provido de uma desigualdade que remonta ao tropeiro retratado por Pedro Américo fora da cena do Grito, devemos valorizar a liberdade.

Somos nossos próprios senhores. Nossas mazelas resolveremos pelas nossas próprias mentes e braços. Com democracia, igualdade e honestidade. Um legado de Dona Leopoldina, José Bonifácio, Dom Pedro I e Dom Pedro II que temos a obrigação de honrar, porque a Independência – a Democracia – somos nós.

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