Ainda não é Inverno. Cerca de duas semanas ainda nos separam da estação mais fria do ano. Porém, já tivemos dias gelados em sequência em maio. E junho chegou mostrando que aquela não era uma frente fria isolada. Ao que tudo indica, 2022 terá uma temporada de frio mais gelada do que anos anteriores.
O problema é que o frio intensifica de forma muito cruel a desigualdade social. Se, para alguns, a chegada dos dias gelados significa poder usar casacos pesados que atulham o closet, para outros é sinônimo de sofrimento. Enquanto alguns se aquecem próximo de lareiras, outros sentem o ar gelado entrar pelas frestas de casas com pouca ou nenhuma estrutura. Para parte da população, o frio é mais um convite para subir a Serra e curtir as delícias do Inverno. Deleitar-se com vinhos, queijos, fondues, chocolates quentes, caldos e outras delícias. Mas há casas onde as panelas estão vazias e a fome é companheira constante.
É óbvio que ninguém irá se privar de prover à própria família tudo o que tem condições por conta das mazelas sociais do país em que vivemos. Nem devem. Afinal, o frio é também um motor da economia gaúcha, que gera empregos e sustenta famílias. Mas é possível equilibrar as coisas, pelo menos um pouco, exercendo a solidariedade. Doar alimentos e agasalhos é uma forma de poder auxiliar muita gente.
Infelizmente, basta caminhar nas ruas ou conversar com responsáveis por entidades assistenciais para saber que é crescente a quantidade de pessoas que precisa de ajuda. A inflação, o desemprego e a redução da renda das famílias mais pobres fez crescer de forma substancial a quantidade de brasileiros que depende de auxílio do governo – e muitos aguardam em fila de espera atualmente –, doações de cestas básicas de alimentos e fornecimento de roupas.
Nos estados do Sul do Brasil temos o agravamento da situação com o frio intenso. Morar na rua é desumano em qualquer temperatura, mas, quando o termômetro está próximo do 0°, pode ser mortal. Há muitas campanhas, realizadas pelas mais diversas instituições, para minimizar isso. Se você pode, colabore!