Às vésperas do Dia da Criança, a Fundação Abrinq divulgou ontem um estudo com uma análise preocupante, reforçando a necessidade de investimentos na educação para garantia de um futuro melhor. A conclusão é de que a redução das desigualdades entre as regiões brasileiras no acesso e na qualidade da educação é um dos principais desafios do país para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030.
Conforme o estudo, a média brasileira de crianças de 4 e 5 canos matriculadas na pré-escola é de 91,5%, enquanto isso o índice observado no Acre, Amapa e Amazonas fica entre 71% e 75%. Pelo Plano Nacional de Educação, no entanto, todas as crianças nessa faixa etária já deveriam estar matriculadas até o ano passado. Para crianças menores, de até 3 anos, a meta é de 50% de atendimento até 2024, mas, se continuar no ritmo atual, essa também não será atingida.
No que se refere à taxa de analfabetismo entre crianças e adolescentes na faixa dos 10 aos 17 anos, a Região Sul se destaca pela menor taxa, com 1%. A média nacional é de 2,9%, enquanto no Norte e Nordeste o índice é o dobro, chegando a 5,4%.
Pela sua extensão territorial e miscigenação, o Brasil é um país com ampla diversidade cultural, mas a desigualdade nas condições de vida, de acesso a serviços básicos, como a educação, não deve ser aceita com naturalidade. Pelo contrário. A educação é a base do desenvolvimento humano e, por consequência, do país.
Ao mesmo tempo em que a importância da educação é destaque nos programas de governo, na prática percebe-se que o setor não recebe a devida atenção. Quem ganha com isso são os políticos e gestores mal-intencionados, pois um povo sem educação é mais fácil de ser subordinado.