Na relação com a empresa privada Corsan Aegea, o cliente maior é a Prefeitura de Montenegro, enquanto seus cidadãos são os consumidores. Logo, após o lamentável episódio no 3 dia de 2025, cabe ao Poder Público impor sanção à empresa que contratou para prestar este serviço essencial. Aos montenegrinos que foram prejudicados e privados de usufruir seu direito básico cabe levar sua indignação aos eleitos.
Nesta segunda-feira a Câmara de Vereadores colocou em prática sua responsabilidade, e levou o assunto ao Ministério Público. Além de exigir uma resposta mais convincente a respeito do que causou a contaminação da água em larga escala, espera-se que o Legislativo exija o comprometimento da empresa para que um erro nesta escala, e em qualquer outra dimensão, não se repita mais.
Reiterando que está é a responsabilidade dos ocupantes de cargo público eletivo, é preciso reconhecer que a capacidade de reação das comunidades foi reduzida. Ficam a mercê da necessidade de pagar, ainda que sob indignação, para não deixar de receber a água em sua torneira. Nas redes sociais reagiram de forma veemente, e alguns foram até a sede da empresa. Mas essa foi o máximo de reação que conseguiram alcançar.
Fora isso, restou a ansiedade, misturada com nojo, ao ver aquele caldo marrom escorrer por seu encanamento; sujando canos e caixas d’água; deixando as roupas na lavagem encardidas. Há uma humilhação nesta ocorrência, que revoltou toda a cidade, criando a expectativa ressarcimento por parte da Corsan Aegea. Se não individual, ao menos coletiva por meio do Poder Público contratante.
Esse valor em débito, na verdade, é humano, por estar ligado ao fato cientificamente comprovado de que água é vida, é essencial à existência com Saúde; que se agrava diante da fragilidade dos consumidores.
Depois de abrir a torneira e se deparar com água suja, ao cidadão restou de fato se indignar e depois passar sede. Havia uma limitação cruel ao povo prejudicado, de quem foi exigido paciência e resiliência, inclusive com a informação desrespeitosa de que aquela água não trazia risco.
Quem contratou o serviço da Corsan Aegea precisa exigir qualidade extrema e reparação ágil em caso de algum defeito que fuja do cotidiano. Especialmente por que serviços essenciais têm uma tênue separação da dignidade concedida pela cidadania, que afeta ainda a autoestima de pertencer a comunidade de Montenegro.