Dignidade com carteira assinada

O feirão de empregos realizado em Montenegro sábado trouxe confirmações importantes. Primeiro que, como em todo o Brasil, também o município tem uma grande massa de trabalhadores fora do mercado de trabalho. A segunda constatação é a de que esses cidadãos estão na luta para se recolocar, além de estarem se dispostos a se qualificar ou redigir sua carreira. Por fim, a presença de empresas no evento do Fgtas/ Sine confirma que há vagas, evidenciando assim a realidade deste forte gargalo econômico também em Montenegro.

A variável que atravanca o andamento do setor é a qualificação, iniciando pela formação escolar. Atualmente as empresas, especialmente dos setores de transformação, química e montadoras automotivas, contratam funcionários que tenha um conhecimento mínimo, todavia que está além da formação que a grande maioria dos brasileiros recebe na escola pública. O domínio básico da língua Inglesa é pedido inclusive para departamentos de apoio à produção, assim como em relação ao uso de tecnologias.

A conclusão óbvia é que o projeto que deve ser implementado no país é muito mais amplo do que cursinhos ou oficinas. Estão diante Indústria 4.0, praticamente uma nova Revolução Industrial de nível mundial, com a Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem e análise de dados se somando à IA – Inteligência Artificial. Hoje já não basta saber ler e escrever, pois essa limitação subjugará o cidadão ao trabalho braçal de baixa remuneração.

O evento da Prefeitura com a agência Sine foi perspicaz ao convidar à feira universidades e entidades de qualificação como Senai e Sesi. Percebe-se que há consciência dos governantes a respeito da necessidade premente pela primazia profissional. Logo, a direção está correta, mas o caminho deve ser otimizado, além do pensamento limitado de suprir a carência atual dos setores produtivos e de serviço.

Na verdade, este recado que parte daqui é para todo o Brasil, em consonância com a realidade de cada cidade. As forças políticas, verdadeiras responsáveis por alicerçar o desenvolvimento através do empreendedorismo privado, têm o dever de pensar em uma Educação inclusiva e qualificada no que tange acesso ao conhecimento tecnológico digital. Do contrário, a cada década – ou mesmo de ano a ano – filas como aquela vista sábado se ampliarão.

Últimas Notícias

Destaques