Aos cidadãos não é preciso repetir que a RSC-287 é a principal via de ligação entre os municípios do Vale do Caí, e destes com a Grande Porto Alegre, sendo uma artéria vital para o fluxo de pessoas e mercadorias.
Basta parar e observar a movimentação por sua pista simples para concluir que, diariamente, passam centenas de veículos, sobretudo de carga. O trânsito nesse corredor enfrenta uma pressão crescente, refletindo o movimento intenso e muitas vezes caótico que corta ao meio a cidade de Montenegro, especialmente no trecho urbano. Esta grande movimentação por lógica representa desenvolvimento, ainda que sem planejamento, ocasionando prejuízo à mobilidade e aumento nos riscos de acidentes, para motoristas e pedestres.
Recentemente, a concessionária CSG anunciou a revitalização do viaduto no bairro Centenário (chamado de Ponte Seca), dando condições a este importante cruzamento subterrâneo, e que promete aliviar os pontos críticos do tráfego. Esta melhoria, embora necessária e esperada, é mais do que uma simples resposta à demanda: ela revela uma falha histórica do Poder Público em oferecer soluções adequadas para nosso trânsito. O projeto, que antes se arrastava em discussões e promessas sem prática efetiva, agora é concretizado pela iniciativa privada, que toma para si a responsabilidade de implementar um plano de mobilidade eficiente e lógico.
A privatização das rodovias, muitas vezes criticada, ganha respaldo diante dessa realidade. A iniciativa privada, quando bem regulada e fiscalizada, demonstra maior agilidade e capacidade de execução em projetos que são urgentes para a população. A solução para o trânsito na RSC-287, que se impunha há muito tempo, reforça a necessidade de uma revisão crítica sobre o papel do Estado e dos Municípios na gestão de infraestrutura. Ao transferir responsabilidades para a gestão privada, o Estado acaba por evidenciar sua ineficiência em resolver questões estruturais, comprometendo a qualidade de vida da população.
Portanto, a melhoria no trecho urbano de Montenegro pela CSG é um marco importante, que não só alivia o trânsito, mas também coloca em foco a eficiência de rodovias administradas pela iniciativa privada. Se governos e prefeituras não agilizam a resolução dos problemas de infraestrutura, acaba a iniciativa privada se encarregando de proporcionar um alívio necessário, com soluções mais rápidas e eficazes.
