A notícia de que a ERS-240 e a ERS-122, junto de uma série de outras rodovias, será passada à iniciativa privada gerou curiosidade. Em princípio, trata-se da continuidade de algo já anunciado pelo Executivo estadual: a extinção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e a concessão da administração das estradas à iniciativa privada. Os trechos já são pedagiados. O que muda é apenas a gestão das praças de cobrança e, de acordo com o Estado, as possibilidades de investimentos.
Cada vez que somos obrigados a pagar para ver a cancela subir e seguir viagem fica claro que estamos desembolsando duplamente por algo que, às vezes, nem tem qualidade. Você paga os impostos e depois ainda paga o pedágio. E, mesmo assim, se depara com uma rodovia mal sinalizada ou iluminada. A verdade é que há reclamações da manutenção de algumas das vias administradas pela EGR. Isso, obviamente, também fica na conta da situação financeira do Estado, que não consegue manter o serviço como os contribuintes merecem.
Não gostamos de pedágio. Não deveríamos ter de pagar duplamente. Mas, já que pagamos, temos o direito de usufruir de rodovias em total qualidade. Precisamos ficar atentos, no entanto, a todo o processo que culminará na escolha da nova administradora. Qual será o valor da tarifa? A isenção para placas da cidade continuará? E quais serão os investimentos? Cada uma dessas questões tem impacto diário na vida dos moradores do Vale do Caí, que utilizam as rodovias para ir trabalhar, passear ou escoar sua produção.
Sabemos que a situação financeira do RS não é boa. A saída – que ocorrerá um dia, precisamos acreditar e agir para isso – depende de ações concretas. Fiscalizar é um direito e um dever do cidadão.