É incompreensível aos olhos da população entender como, em dias seguidos, as torneiras de suas casas ficam secas, sem que uma solução seja encontrada. Não, a causa não é a estiagem. Caso fosse, pelo menos o motivo será justificável.
Água tem, segundo representante da Corsan explicou à reportagem do Jornal Ibiá. Desde a noite de sábado diversos bairros de Montenegro tiveram o abastecimento comprometido por falta de luz na estação de tratamento de água (ETA II). Já não bastassem as constantes interrupções por conta de rompimentos nos canos, que obrigam o desligamento do sistema para o reparo, algo que precisa ser resolvido, agora, a população ainda precisa suportar este novo problema.
Talvez o grande descontentamento da população não seja a interrupção de um fornecimento em si, quando este ocorre por causa imprevisível. A insatisfação é pelo tempo que passa até que a situação seja corrigida. Faltou luz? Ok, pode acontecer. Mas as quedas de energia seguirem ocorrendo e deixando uma grande população com abastecimento de energia falho por dias não pode acontecer. E não é um problema isolado. Acontece um temporal, chuva intensa, a luz elétrica cai e, principalmente no interior, a retomada é lenta e há muitos prejuízos.
Também não se trata apenas de um problema restrito ao abastecimento de luz. Na segunda-feira os montenegrinos viveram mais um dia de caos por conta de interrupção no serviço de telefonia de uma operadora, a Vivo. E não foi a primeira vez. Mesmo quem não é cliente da operadora foi impactado ao tentar contatar alguém ou algum estabelecimento comercial. E a informação que veio da Comissão Municipal de Defesa do Consumidor, a Comdecon, é de que, para reclamar alguma compensação o cliente tem que comprovar prejuízo. Isso como se, no atual momento, qualquer pessoa não fosse prejudicada num contexto em que praticamente todos utilizam em seus trabalhos e contatos familiares a telefonia móvel e a internet. Coisas assim não são aceitáveis e não podemos agir como se fossem.