Qualidade de vida não se mede apenas com números. É um índice que depende, também, da relação das pessoas com o lugar onde vivem. As cidades têm de crescer e, paralelamente, aprender a conviver com a natureza. Uma tarefa difícil. É nessa época de calor que nos lembramos da falta que as árvores fazem, para trazer o alento contra o sol. Mas então, ao olhar para o chão, percebemos o problema que elas trazem às calçadas. Contraditório, certo? Não precisa ser assim.
Os passeios públicos devem estar livres, possibilitando a passagem de qualquer pessoa. Não bastasse a irresponsabilidade de muitos moradores que não cuidam da frente de suas casas, em alguns endereços se percebe que o investimento no piso se perde quando árvores plantadas sem orientação crescem e suas raízes destroem o calçamento. Não se trata de ser contra a arborização, mas essa tem de ser feita com regras.
O problema está na inexistência de um plano de arborização municipal, que estabeleça critérios no plantio de árvores. Moradores ou lojistas não têm a obrigação de saber, por exemplo, qual vegetação é nativa da região. Em curto prazo, precisa funcionar o serviço de retirada das árvores da Diretoria de Limpeza Pública, na SMMA. Caso contrário, mesmo que os moradores tenham boa vontade, nunca poderemos caminhar por Montenegro sem medo de levar uma rasteira da natureza.