Abelhas e mel ganham espaço

Podemos iniciar o ano de 2024 destacando o poder da Agricultura Familiar, em especial o reconhecimento da importância das abelhas na agricultura. Mais do que um nicho comercial em ascensão impulsionado pelo mel, pólen, geleia real e própolis, produtos naturais e com reconhecidos benefícios à saúde humana, o setor de Apicultura influencia diretamente todos os demais através da polinização que as abelhas realizam.

Essas verdades sempre estiveram evidentes, mas eram ignoradas, rebaixando o setor ao amadorismo, ou ao hobby de fim de semana e de aposentados; ignorando que, mesmo sem suporte, muitos produtores rurais já faziam existir. O que esta mudando agora é uma postura geral, com entidades técnicas mais envolvidas e os governos reconhecendo a importância das abelhas, agora em consonância com aquilo que os ambientalistas já pregavam há tempo.

O exemplo do Apiário Amanhã, um empreendimento da família do apicultor Roberto Carlos Machado, serve para ilustrar essas informações. De uma atividade informal do ex-industriário, se transforma agora em um produtor de excelência, observando higiene, pureza e embalagem adequada. Os dias do vidro de café reutilizado ainda não ficaram inteiramente para trás no meio rural, sendo essa a missão das prefeituras, estados e Ministério da Agricultura.

Com a grande extensão territorial e a variação de clima entre extremos do país, o Brasil tem a possibilidade clara de oferecer ao mundo mais um produto agrícola de valor. Nesta conta podemos somar ainda as centenas de espécies de abelhas nativas sem ferrão, que inclusive produzem um mel com sabor e característica diferenciados para cativar paladares mais refinados, e que não tem similar no mundo.

Ao reconhecer o mel como nova e lucrativa commodities, o Brasil deve também atentar as necessidades para sua produção. O primeiro e decisivo passo é reduzir drasticamente a permissão de uso para venenos pulverizados nas lavouras, alguns proibidos em outros países, que por consequência eliminam também colméias, sejam selvagens ou de criadores. Neste sentido, além da balança comercial de exportações, é preciso reconhecer definitivamente que há agricultura somente se houver o trabalho das abelhas. O passo seguinte é regular e organizar o setor, tendo o cooperativismo como melhor sugestão para apoiar os apicultores de menor porte.

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