Passou o tempo em que morar no interior era viver do trabalho braçal e sem descanso. Cada vez mais, o turismo abre-se como opção para aqueles que residem na zona rural. Com belas paisagens, a simplicidade da vida no interior atrai cada vez mais visitantes que querem relaxar em meio à natureza e também saborear as delícias da colônia. É um nicho a ser explorado que, aos poucos, vem ganhando atenção da população rural.
Na comunidade de Fortaleza, no interior de Montenegro, uma nova rota turística nasce, como é mostrado na edição de hoje do Ibiá. Empreendedores rurais de Pareci Novo e de São José do Sul se uniram para recentemente lançar o Circuito Turístico Caminho do Coração. Durante a 15ª Oktoberfest de Maratá, os visitantes terão a oportunidade de conhecer os pontos turísticos da cidade por meio do dindinho. Em Brochier, o setor também se desenvolve, tendo como uma de suas atrações uma caminhada que passa pelos trilhos do trem, cachoeiras e sítio arqueológico.
Aos olhos de quem cresceu no interior, passar um dia caminhando pelo mato ou tomar um café com leite e comer uma rosca ao final do dia pode parecer algo corriqueiro, mas para aqueles que são de grandes centros urbanizados, trata-se de uma oportunidade única. Mais do que oferecer momentos inesquecíveis, o turismo rural se apresenta como uma nova fonte de renda para os agricultores familiares e, ainda, ajuda a combater o êxodo rural.
O início pode não ser fácil e é por isso que aqueles que resolverem investir no setor precisam de apoio. Apoio esse que pode partir do Poder Público, por meio de palestras e realização de cursos de capacitação, e até mesmo da própria comunidade, como o vizinho que permite que uma trilha passe por sua propriedade ou divulgando que em seu município existem tais empreendimentos que são uma ótima opção de lazer.
Qualquer iniciativa que valorize o homem do campo, mantendo-o produtivo em sua propriedade, merece atenção e apoio. É preciso criar meios para que o agricultor siga produzindo alimentos e conservando a sua cultura, com dignidade e conforto. A mecanização da atividade primária já é uma aliada importante nesse processo. Porém, mostrar as coisas boas da roça através de ações de turismo, não é apenas uma forma de ganhar dinheiro, mas de promover a autoestima.