Um dos grandes assuntos do momento são os incêndios na Austrália. Desde a madrugada de ontem, inclusive, a fumaça pode ser vista em algumas regiões do Rio Grande do Sul. Os problemas ambientais daquele país se tornam problema de todo o mundo, já que a poluição gerada pelo fogo atinge vários outros locais, além do território australiano. As chamas que ardem principalmente pelas costas leste e sul do país já deixaram mais de 20 pessoas mortas, além de cerca de 1.200 casas destruídas. Além do RS e Santa Catarina, a fumaça já chegou em países vizinhos ao nosso, como a Argentina.
Em parte, os incêndios australianos são comuns devido ao clima, que é mais quente e seco nessa época. Porém, as mudanças climáticas ocorridas pela emissão de gás carbônico e pela poluição ambiental potencializam o fogo e já renderam incríveis 41,9ºC de temperatura, um recorde no país. Esses fatores aumentaram exponencialmente o número de focos de incêndio e também dificultam o controle das chamas.
Estamos muito longe da Austrália. A nossa realidade parece tão distante do que ocorre com os coalas, cangurus e moradores australianos. Mas não é. A situação de lá é muito semelhante à enfrentada na nossa região: clima seco e quente, poluição e propensão a incêndios aliada ao descuido humano que aumentam os riscos de grandes tragédias. E não se pode falar em desastre ambiental, sobretudo quando vemos, quase que diariamente, pessoas jogando bitucas de cigarro no chão ou ateando fogo em mato e em lixo, mesmo com a probabilidade de transformar esse ato – criminoso, diga-se de passagem – em um problema maior, prejudicial a toda a comunidade e de difícil controle.
De nada adianta nos solidarizarmos com os problemas de outros países, se seguirmos descuidando do lugar onde vivemos. Não que não devamos prestar nossas condolências. Mas é fundamental cuidarmos da forma como nos relacionamos com o ambiente ao nosso redor, a fim de evitarmos catástrofes como a enfrentada pelos australianos.