Viajar – um estado de espírito Final

Retorno hoje a um assunto que deixei incompleto na crônica anterior. Muito incompleto. É que viajar, além de prazeroso, pode ser muito diverso, e muito pessoal. Se dez pessoas se juntarem e fizerem uma mesma viagem, e ao final tiverem de narrar ou relatar o que fizeram, viram, sentiram ou aprenderam, teremos dez versões diferentes. Mesmo tendo visto o mesmo ou do mesmo, com certeza cada um terá uma impressão diferente do outro. Segundo Marcel Proust,“ a verdadeira viagem não está em sair a procura de novas paisagens, mas em possuir novos olhos”.

Uma viagem é composta sempre de 03 partes: antes, durante e depois. Planejar uma viagem é um excelente exercício de planejamento estratégico. Muitas perguntas devem ser feitas antes de uma viagem: Quando? Para onde? Por quanto tempo? Como? Com quem? Quanto gastar? Viajar comprando um “pacote” de uma Agência de Viagem em que tudo está previsto e planejado por outros? Ou viajar por conta própria, conforme suas preferências e desejos?

Há muitos motivos para viajar. A lista é extensa. Hotéis ou Shopings é o que menos importa. São muito semelhantes, em Nova York ou Bangladesh. Pouco acrescentam. Bem diferente é viajar para ver novas realidades, novos mundos, novos costumes. Para nos enriquecer culturalmente, para ver o que é diferente e original. Simplesmente poder contar que se foi onde poucos foram, ou mais longe do que a maioria foi, é pobreza de espírito ou exibicionismo.

Para mim, o planejamento de uma viagem já é uma grande curtição. Tudo vai dar certo, não vamos nos perder, os preços serão camaradas, não vamos ser assaltados nem adoecer. Talvez uma importante decisão da pré-viagem seja a opção entre um “pacote” e uma viagem por conta. Ambas tem vantagens e desvantagens.

Comecemos pelos“pacotes”. São mais previsíveis. Incluem a maioria dos gastos e oferecem mais segurança. São organizadas por quem é profissional e conhece do assunto. Haverá sempre um acompanhante para resolver a logística da rotina ou imprevistos que surgirem. Parece o modo ideal para iniciantes ou sem domínio nos idiomas locais. Como desvantagens, uma certa massificação, pouca maleabilidade, não estimulando a criatividade ou o estudo prévio do roteiro.

Tenho preferido as viagens em pequeno grupo, como família. Mais individualizada e maleável, estimulando o estudo prévio dos roteiros, e o conhecimento maior da realidade, indo não só onde turistas vão, mas onde os moradores locais frequentam. Ir por estradas secundárias, caminhar bastante, perder-se por ruas e vielas. Virar-se por si mesmo e não ter vergonha de perguntar.

Para quem viajou no Brasil apenas com o Guia Quatro Rodas, a Internet, o GPS e o Waze tornam hoje tudo muito fácil. E um lembrete final: não queiram conhecer 10 países em 12 dias. É fria. Vai ser muita correria e confusão.
Vamos aprontar as malas? Boa viagem a todos.
Grande abraço.

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