Como o mundo mudou nestes meus pouco mais de 80 anos de vida. Em tecnologia, conhecimento científico, valores ou comportamentos.
A motivação para o assunto de hoje ocorreu faz tempo. Foi em 12.11.22, um sábado, ao assistir televisão. Véspera da final do Campeonato Brasileiro de Futebol no Beira Rio, em que o Palmeiras, já campeão, saiu derrotado pelo meu Inter por 3×0, o que garantiu ao Colorado um honroso vice-campeonato. No referido programa assisti uma entrevista com Leila Pereira, a Presidente do Palmeiras. O que me chamou a atenção não foram seus comentários sobre a equipe paulista e sua campanha. Mas o fato de ser uma entrevista com a Mulher-Presidente de um grande clube de futebol. Achei que seria um assunto.
Num passado, nem tão remoto, os papeis desempenhados pelas mulheres eram bem mais restritos. Gerar filhos, cuidar da casa e da família, cuidar dos idosos. Serem professoras ou profissionais da Enfermagem. Ou seja, cuidar.
Não sei porque meu pensamento recuou a 1962. Meu vestibular de Medicina na UFRGS. De 110 vagas (100 brasileiros e 10 bolsistas estrangeiros), apenas 10 foram ocupadas por mulheres.
Quando vim para Brochier, o Vale do Caí não tinha uma única mulher médica. E a Unimed local também foi fundada apenas por médicos homens. Hoje, boa parte dos profissionais da saúde, em todas as carreiras, é formada por mulheres.
Nas formaturas é o mesmo panorama. E não só nas carreiras da saúde. Também em outras áreas de atuação, como nas carreiras jurídicas. Magistradas, Promotoras, Militares, Policiais Jovens, bonitas, articuladas. E firmes. Mas não só em atividades intelectuais. Também nas operacionais. Motoristas de caminhão ou ônibus, trabalhadoras da construção civil, industriárias, comerciárias. Empreendedoras em negócios de todos os portes. Gestoras de pequenas e grandes empresas. Políticas.
Por ocasião da última Copa do Mundo de Futebol, fomos nos acostumando mais com mulheres narradoras, comentaristas e repórteres. E árbitras. Talvez tenha faltado apenas uma seleção nacional ser treinada por mulher. O que no futebol feminino já aconteceu.
Enfim, são apenas alguns exemplos para mostrar o quanto já evoluímos.
Mas para que esta crônica seja de fato uma homenagem e um reconhecimento a todas as mulheres, não podemos deixar de homenagear e reconhecer também, as que não seguiram por alguns destes caminhos. E não por incapacidade. Mas por opção. Para seguir na histórica e intransferível missão de gerar vidas, e delas cuidar, do nascimento até a morte. Para que o mundo continue viável e não perca a sua humanidade, precisamos delas. De todas elas. E muito.
Entre estas devo incluir minha esposa Cerly, que teve a coragem de renunciar ao Magistério, quando Diretora do G. E. Erni Oscar Fauth, em Brochier, para se dedicar em tempo integral ao cuidado de nossos 03 filhos. Eles e eu agradecemos por tanta dedicação.
Um grande abraço.