Economia Prateada Silver Economy

Em colunas anteriores já abordei questões relativas ao envelhecimento saudável, aumento de longevidade, aposentadoria, saída dos filhos, cuidados paliativos, finitude e solidão, etc … Mas hoje quero abordar a questão do envelhecimento de um ponto de vista bem diferente.

A legislação brasileira considera idosa a pessoa que atingiu a idade de 60 anos. Segundo dados do último censo do IBGE, entre 2010 e 2022 , a população acima de 60 anos saltou de 11,3% para 14,7% , ou de 21,3 milhões para 31,2 milhões. Para 2050 projeta-se 30%. Mas não é apenas o número de idosos que aumenta. Também a expectativa dos anos de vida, e o tempo de vida, em boas condições, entre a aposentadoria e a morte. Tudo isto é um enorme avanço e um ganho a ser festejado.

Há tempos, ao escutar um comentário sobre economia, no rádio do carro, pela primeira vez ouvi a expressão“Economia Prateada” ou “Silver Economy”, em referência aos cabelos brancos das pessoas de mais idade. O comentarista, não lembro quem era, abordou de forma didática e conceitual o assunto que estou abordando.

Segundo ele, a terceira idade é um grande nicho de consumo e de mercado, que movimenta valores muito expressivos, e que ainda tem margens amplas de expansão. E não só na utilização de serviços de saúde ou consumo de medicamentos.
É que junto com o aumento de longevidade tem vindo a cabresto uma inegável melhoria nas condições gerais de saúde e disposição em curtir a vida. Durante muito tempo, o envelhecimento vinha associado a uma visão negativa e pouco otimista, com o estereótipo de rostos precocemente enrugados e olhares sem brilho.

O fato é que muitos idosos de hoje se mostram bem diferentes de algumas décadas. São mais informados, e mesmo com dificuldades, tentam dominar alguma coisa de tecnologia. Tem vida social, frequentam bailes da terceira idade (quem sabe até da segunda), leem, estudam, trabalham, e viajam. Resumindo: consomem. Tem tempo, ainda tem saúde e tesão pela vida, e muitos até razoável condição financeira. Peças de publicidade já não mostram só jovens bonitos, atléticos e sarados, mas também pessoas maduras ou idosas.

Neste novo cenário, surge um novo consumidor de bens e serviços, que, por seu número crescente, não poderá ser ignorado. Muitos idosos modernos não querem ficar apenas à espera da morte. Querem ainda curtir a vida, dentro de suas condições e possibilidades.

E por falar em nichos de mercado, um que me parece ainda bastante inexplorado é o imobiliário. Com famílias pequenas ou dispersas e idosos ainda ativos e necessitando de convívio social, que espante o flagelo do isolamento e da solidão, não seriam viáveis condomínios horizontais, com moradias individuais e estruturas centrais de atendimento, com ampla variedade de atividades e cuidados, a serem compartilhadas?
Não parece ter algum fundamento? Já estou inscrito como interessado.

Um grande abraço

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