Entre as ciências sociais, a demografia com certeza está entre as mais relevantes para entendermos muitos acontecimentos atuais ou tendências futuras. Ela é responsável por analisar a dinâmica populacional dos habitantes da Terra. Consegue mapear uma grande variedade de dados, que servem como base para importantes decisões governamentais.
Há algum tempo, reduzir a taxa de natalidade e de mortalidade infantil era objetivo de governos e de políticas de saúde pública. Ações governamentais nos países mais ricos, ou de agências de desenvolvimento em países mais pobres, foram se multiplicando, com efeitos muito mais rápidos e mais impactantes entre os mais desenvolvidos.
A política de filho único na China foi o exemplo mais contundente de política de controle populacional.
Mas combate à fome e desnutrição infantil, saneamento básico, urbanização, vacinação, trabalho e renda etc… enfim, as chamadas condicionantes sociais da saúde, foram mostrando que melhorar o estado de saúde e qualidade de vida das populações não era uma tarefa apenas para médicos e hospitais.
E a demografia foi nos mostrando uma contínua evolução e modificação da chamada pirâmide populacional. O aumento da expectativa de anos de vida ao nascer vai aumentando o número e o percentual de pessoas idosas. Isto é um belo sinal de evolução civilizacional, mas, ao mesmo tempo, um enorme desafio para as estruturas de saúde e previdência, principalmente.
Claramente está se deslocando o foco da saúde infantil para a saúde do idoso. No mundo todo. É um assunto para o qual as pessoas, as famílias e os governos nem de longe estão preparados. O envelhecimento da população é uma grande conquista, mas, ao mesmo tempo, um imenso desafio a ser enfrentado.
O reconhecimento de sua importância foi chancelado, recentemente, por ninguém menos do que a ONU, a Organização das Nações Unidas. Em sua Assembléia Geral de 14 de dezembro de 2.020, declarou o período de 2.021 a 2.030 como a DÉCADA DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL. É um compromisso intergeracional e ético que não pode ser negligenciado.
Mais do que oportuna a decisão da ONU. Serão 10 anos em que pessoas, governos, instituições públicas ou privadas, deverão envidar os melhores esforços para que qualidade de vida, autonomia e independência no período do envelhecimento sejam possíveis ao maior número de habitantes do planeta. Não se trata apenas de tratar doenças, mas de manter uma vida saudável e ativa pelo maior tempo possível.
Sem abandonar as políticas públicas voltadas à infância, os governos do mundo serão instados a olhar e agir em favor do outro extremo da vida.
O próximo Censo Demográfico do IBGE, ainda incerto, deverá mostrar dados mais atualizados de nossa realidade demográfica. No caso de nosso país, União, Estados e Municípios terão importantes dados para conhecimento e planejamento de ações a serem inseridas neste esforço mundial que a DÉCADA DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL da ONU deverá estimular. Serão metas para 10 ano, não apenas para um governo. E não pode ser bandeira de um grupo ou partido, mas uma bandeira universal, supra-partidária e permanente.
Para concluir, se não for por nenhum outro o motivo, que seja por puro egoísmo. Afinal, se a maioria de nós não pretende morrer jovem, muito mais depressa do que pensamos todos seremos idosos. Até os jovens, tenham certeza. O tempo voa, e há tempo eu já me dei conta disto.
Curtam a vida. Plantem o que puderem, para que a colheita que virá seja boa e farta.
Um grande abraço.