O futebol faz parte da vida dos gaúchos, somos apaixonados por esse esporte. Nas últimas semanas, um assunto vem gerando debate: o projeto de lei que libera o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios, votado e aprovado pela Assembleia Legislativa e vetado pelo Poder Executivo.
A lei que proíbe o uso de bebidas é ineficaz, uma vez que a venda ocorre a poucos metros do portão de entrada. A liberação apenas permitirá que o consumo ocorra no lugar mais seguro, que é dentro do estádio. Com câmeras de segurança, biometria, lixeiras, banheiros, estrutura adequada e comércio formal, gerando tributos e receita ao Estado. Além de aumentar em até 50% a arrecadação dos clubes do Interior.
Não existem estudos concretos que comprovem a correlação entre a ingestão de bebidas e o aumento da violência. Na verdade, artigos acadêmicos revelam o contrário, como o de Thyago Nepomuceno: “Álcool e o comportamento violento entre torcedores de futebol: uma avaliação empírica da criminalização brasileira” e dos ingleses Geoff Pearson e Arianna Sale: “On the leash: revisiting the effectiveness of alcohol controls at football matches”. Em Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, o consumo já é liberado.
Importante lembrar que a proibição é válida apenas para jogos de futebol, em eventos como shows e lutas, o uso de bebidas alcoólicas nos estádios é liberado. Tivemos a experiência da Copa do Mundo, sem nenhum incidente expressivo de violência. A Copa América está chegando ao Estado e certamente entrará em pauta a liberação para o torneio.
Então, pergunto: os torcedores gaúchos só têm o direito de tomar sua cerveja quando os jogos envolverem seleções? Pessoas com atitudes inapropriadas devem responder individualmente. Não devemos intervir na liberdade do cidadão, que só quer consumir sua cerveja com os amigos, alentando o seu time do coração. Por isso, defendo a derrubada do veto e assim permitir o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios do Rio Grande do Sul.