Maior operação da história do Rio Grande do Sul na área da segurança pública, a Pulso Firme pode estar sendo comprometida por decisões absolutamente questionáveis e dissociadas da realidade. A ação, orquestrada há dois anos, resultou na transferência de criminosos do mais alto grau de periculosidade para presídios federais e representou um momento de absoluta inflexão do crime em nosso Estado.
O isolamento destas lideranças foi um duro golpe nas facções criminosas e resultou na imediata redução de indicadores criminais, principalmente de homicídios e latrocínios, que caíram mais de 20% logo no primeiro mês. Isto demonstra a efetividade da política de segurança adotada à época. Os frutos desta ação são colhidos até hoje e podem ser observados na manutenção da curva descendente da criminalidade alcançada na gestão do ex-governador José Ivo Sartori.
Há sérias ameaças aos avanços conquistados até aqui, com as temerárias decisões de duas Varas de Execuções Criminais (VECs), que autorizam o retorno de três destes perigosos criminosos ao Estado. Um entendimento enviesado que, infelizmente, vai na contramão da segurança pública gaúcha e se materializa em um duro golpe no exitoso esforço empreendido por todas as instituições envolvidas na operação.
A manutenção destes presos nas unidades federais torna-se, portanto, imprescindível para a continuidade deste processo de repressão ao avanço das organizações criminosas.
Aliado a estes temerários entendimentos, surge outra decisão absolutamente dissociada da realidade: a soltura, na última semana, de seis criminosos presos pela Brigada Militar com 4,6 toneladas de maconha.
É fundamental, desta forma, que entendamos que no mundo da segurança só existe dois lados: o do crime e o do enfrentamento do crime. A sociedade, a imprensa, os cidadãos, as instituições, a lei e, sobretudo, o poder público em todos os níveis, devem ter plena clareza de que lado estão, pelo bem dos 11 milhões de gaúchos.