Em 2018, atuei como vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Seguradoras Veiculares da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que investigou denúncias contra as seguradoras e sugeriu o indiciamento de oito representantes destas empresas e três empresários do setor de reparação, a chamada rede credenciada. Diferente do que imaginávamos, que as seguradoras cessariam as práticas denunciadas também pela Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços para a Excelência da Reparação Automotiva, chega ao nosso conhecimento que essas empresas continuam desrespeitando o consumidor e colocando em risco a segurança das pessoas.
As empresas se adaptaram rapidamente e alteraram as condições gerais de suas apólices de forma que, na prática, obrigam o cliente a reparar seus veículos apenas na rede credenciada, que sabemos, vai consertar os veículos exatamente como elas querem. Dentre as denúncias e testemunhos de sindicatos, associações e perito ouvidos pela CPI estão fomento à criminalidade através da venda irregular de salvados e sucatas, prejuízo ao consumidor com a comercialização de peças não originais, formação de cartel por meio da manipulação do mercado e sonegação fiscal.
Como presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa, vou trabalhar pela continuidade dos trabalhos da CPI e, se necessário, instalar uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito, pois verificamos que milhares de consumidores seguem sendo lesados ao receberem reparos de baixíssima qualidade, inclusive, com itens de segurança recondicionados. Entendo também que temos de verificar qual tipo de serviços foi prestado pela rede credenciada. Por esta razão, estamos organizando para que os consumidores possam realizar, de forma gratuita, uma espécie de vistoria de qualidade com a participação do Procon.