Prendas e peões, Jesus – com este Evangelho, Jesus, o Divino Tropeiro nos fala hoje sobre hospitalidade, marca de seus ensinamentos, mas também buena tradição gaúcha. A hospitalidade é uma marca, que nos identifica com o cuidado. Uma buena hospitalidade faz bem, é um agrado que acalenta o coração. A hospitalidade é uma tradição, que vem da raiz Hospital, tendo sua missão primordial, o cuidado com saúde sem igual.
Às vezes, a palavra hospital, mal interpretada relembra a peste, “sofrência”, morte e a doença, quando na verdade, é uma falha crença, que calunia o amplo sentido do hospital, referência na luta e na esperança incansável no cuidado de qualquer vida e pelos confins das querências. Pois quando o corpo esgualepado, sem força, quer desistir da lida, no hospital por vezes nos restabelecem força e vigor, nos tratando com rigor.
Bem-aventurado, feliz quem é hospitaleiro, porque tem a vida sem tramela e espaço no coração, recebendo com alegria e acolhendo com gratidão. Cara alegre e mate pronto, é marca da hospitalidade gaúcha. Cuidado e bondade de acolher, pois tratar bem um irmão/ã, servimos a Cristo, que muitas vezes se vem solito visitar o nosso ranchito. Par ver se nossas vidas e lidas tem cuidado e hospitalidade. Que cuidado que temos dado a nossa terra e a nossa gente? Hospitalidade, honra, virtude, cuidar do que se tem… Ver no mate a forma de vida simples, verdadeiro jeito de querer bem.
Nosso símbolo da tradição é um jeito de viver a vida, enfrentando as amarguras, gole a gole, a cada dia. A não se entregar na sangria, que quer tirar nosso vigor, mas a cevar a fé, a esperança, o respeito e o amor. Chimarrão nos fala das lidas e nos convida a viver com cara alegre e coração sem tramela, abandonando o ódio, a violência e a vaidade que são origem de todas as mazelas. No mate pensamos na vida e clamamos ao nosso tropeiro Jesus: se achegue com tua cruz, para nos inspirar a ter bondade. E assim cuidando a vida e acolhendo nosso irmão/ã com a hospitalidade.
No mate reunimos amigos e família, pra descansar das campeiradas, estender os pelegos e abrir a alma, pro prosear versos e pajadas. Conviver e desfrutar da vida e o que ela tem de melhor, com a presença de quem se ama ao nosso lado, de sol a sol. Um chima é um jeito de se cuidar, fomentando relações, pois partilha coração sem ranço, nojo e antipatia… Mas traz a alegria que corre de mão em mão, mostrando a nobre lição, que hospitalidade e cuidado a vida, deve ser a marca da tradição. Pois Cristo veio ao mundo pra ensinar esta simples lição.
P. Marcio S. da Costa
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