O que eu fiz para merecer isso?

Caros leitores e leitoras de nossa coluna, irmãos/ãs em Cristo. Durante este mês não estaremos seguindo nossa proposta de a cada semana refletirmos num artigo da Confissão de Augsburg, para que possam compreender como as pessoas luteranas crêem.
Hoje vamos refletir a pergunta: o que eu fiz para merecer isto? Ela nos acompanha em momentos de tribulação, dor, desespero e sofrimento. Uma pergunta que muitas pessoas hoje podem estar se fazendo ao vivenciar este clima e realidade de pandemia por causa do novo coronavírus.
No Evangelho de João, cap. 9, lemos a história da cura de um cego de nascença pelo Senhor. Quando Jesus em seu caminho se deparou com este cego, seus discípulos perguntaram: “Mestre, porque este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou dos pecados dos pais dele”?
Na raiz da pergunta está o desejo de arrumar um culpado para os problemas, nossos ou da humanidade. Por vezes esta culpa volta-se a mim mesmo: o que eu fiz para merecer isso? Ou volta-se para Deus: por que Deus está fazendo isso comigo? A raiz da pergunta dos discípulos continua penetrando na humanidade até hoje. Muitos esperam de Jesus um milagre em meio ao que vivemos.
Mas já naquela época Jesus ensina que seus milagres são sinais do Reino de Deus e nem sempre eles estão na perspectiva humana, muitas vezes eles estão nas perspectivas de Deus. Por isso responde aos discípulos: “nem por causa dos pecados dele nem por causa dos pecados dos pais dele. É cego para que o poder de Deus se mostre nele”.
Neste sentido trago o exemplo de uma das maiores compositoras da fé cristã – Jane Fanny Crosby (182-1915). Essa mulher tem uma história bastante difícil. Com seis semanas de vida foi levada a um procedimento cirúrgico e, por erro médico, ficou cega por toda vida. Mas isso não foi motivo para que ela colocar a culpa no médico ou mesmo em Deus.
Como cristã, continuou servindo a Deus da maneira que sabia e podia. Ainda assim, Deus não a curou! (Como isso é difícil de compreender!) Apesar disso ela não abandonou a Deus, manteve a fé e a esperança, que lhe ajudou a compreender a vida de uma outra forma. Mesmo cega, compôs mais de 8 mil hinos de louvor e adoração ao Senhor. Um deles, em nosso hinário luterano é: “Vamos nós trabalhar”. Sua fé cristã fez com que ela evitasse a melancolia, foi o combustível para que ela pudesse levar essa fé às demais pessoas. Hoje seus hinos são conhecidos em todo o mundo.
Certamente que pela sua fé, no dia da bem-aventurança, Jane Fanny Crosby, voltará a enxergar, será manifestado sobre ela o poder de Deus. E então ela reconhecerá, diante da face de Deus, que sua fé não foi em vão! Seja tu também estimado leitor/a fiel a Cristo, mesmo diante das mazelas desta vida, pois, na eternidade a promessa de Deus é: “Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram.” (Apocalipse 21.4)
Nestes tempos de pandemia e isolamento social, acompanhe nossos cultos on-line, sempre aos domingos no Facebook: Ieclb Montenegro Ieclb. Deus abençoe tua vida!
P. Marcio S. da Costa

Avisos da semana:
Até 30 de abril, continuam suspensas todas as atividades da nossa Igreja. Atendimentos e contatos da secretaria ou do Pastor, podem ser feitos pelos telefones no calendário paroquial;
Os sinos da Igreja da Ressurreição estão badalando diariamente também às 7h e 19h, convidando as pessoas para, de onde estão, orarem numa grande corrente de clamor pelo mundo.

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