É provável que em algum momento da vida, você precisou muito da ajuda de alguém. Você foi ajudado? Como se sentiu? Encontramos neste Evangelho um diálogo entre Jesus e um religioso, um mestre da Lei. A questão era: o que fazer para herdar a vida eterna? Jesus inverte a pergunta: O que é que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? De acordo com seu conhecimento, o mestre da Lei respondeu: Amar a Deus com todo o teu coração, toda a tua alma, todas as forças e toda a mente, e ame o seu próximo como ama você mesmo. Mas, sobre amar ao próximo como a si mesmo, o mestre da Lei questionou Jesus: Quem é o meu próximo? Então Jesus responde com esta parábola. Nela, certo homem que ia de Jerusalém para Jericó. Este homem pode representar você em alguma situação já vivenciada ou que está vivenciando agora.
Na ilustração este homem foi assaltado, despido de suas vestes e brutalmente espancado, estando aparentemente morto. Quem sabe você enfrentou ou enfrenta uma situação de perda, seja de alguém, de um emprego ou negócio próprio, ou algo que feriu tua dignidade ou mesmo tua autoestima. Há situações na vida que podem nos despedaçar, nos estilhaçar por dentro de tal forma a nos deixar no fundo do poço, no lamaçal, ou mesmo, como aquele homem, feridos e caídos, quase que mortos. Há momentos em que a desilusão, a tristeza, os medos e incertezas sobre o porvir, a ansiedade, fazem com que a depressão tome conta de você. As coisas não fazem mais sentido…Parece que não há mais esperança. Com quem contar? Onde buscar ajuda? A quem recorrer?
Aí você se lembra que alguém afirmou ser teu amigo, bateu nas tuas costas e disse: “Estamos juntos! Conte comigo sempre! Precisando é só chamar!” E quando você mais precisou daquela mão estendida, daquele telefonema ou de um ouvido e ombro amigo, você foi ignorado, tratado com indiferença.A pessoa a quem você mais precisou simplesmente soube da tua situação, mas passou de lado, assim como aconteceu com o homem da história. Voltando ao texto: três pessoas passaram pelo homem ferido e enxergaram sua situação. Primeiro passa um sacerdote, alguém que está a serviço de Deus no templo, mas ele não se envolve. Porque isso?Uma possível desculpa seria que um sacerdote precisava estar ritualmente limpo. Segundo a Lei ele não poderia tocar e nem se aproximar de um cadáver. Tocá-lo incapacitaria o sacerdote para sua função, pois pela Lei estaria impuro. O processo de purificação era lento e dispendioso.
Outro personagem era um levita, que também estava a serviço no templo e, pelo mesmo motivo, ele também não ajudou. Então, no terceiro personagem, Jesus introduz algo escandaloso: um samaritano. Samaritanos e judeus viviam em rivalidade, muito maior que Grêmiox Inter, Corinthians x Palmeiras, Vasco x Flamengo. Samaritanos eram odiados por se casarem com não judeus e por não observarem rigorosamente a Lei de Moisés. Mas é justamente este samaritano que se importa e envolve. Ele não apenas chega perto, como cuida das feridas daquele homem, o transporta em segurança até uma hospedaria e paga por sua estadia e cuidados.Ele aqui não considera sua origem étnica, seu status ou posição, nem se iria receber seu dinheiro de volta ou ser recompensado. Ele simplesmente enxerga a necessidade e age!
Aqui Jesus mostra quem é o próximo ao mestre da Lei, de uma forma até humilhante para o status daquele líder religioso, sua etnia e religião… Você já recebeu ajuda de quem menos esperava?Estamos ligados a uma comunidade cristã, reunidos em torno da Palavra de Deus. Mas, fora dela, no teu dia a dia, confrontado com as necessidades ou as feridas de outras pessoas, como você age? As machucado como fizeram os ladrões? Passado de lado como fizeram os religiosos? Ou ajudado como o bom samaritano?O apóstolo Tiago nos lembra (4.17): “Todo aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando”. Jesus inverte a questão levantada pelo mestre da lei: Não importa quem é meu próximo, mas de quem e para quem eu sou o próximo solidário, aquele que serve em amor sincero e desprendido.
Testemunhe tua fé e teu amor a Deus servindo as pessoas em suas necessidades, sem distinção. Que Deus, por meio do Espírito Santo, te fortaleça, encoraje e impulsione a isso.
P. Marcio S. da Costa
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