Outro dia, conversando com um amigo sobre a responsabilidade de Deus ou não sobre acontecimentos bons ou ruins na vida de uma pessoa ou comunidade, lembrei-me de uma passagem do livro “Quando coisas ruins acontecem às pessoas boas”, de autoria do rabino Harold Kushner, p. 142 e 143. Sugeri esta leitura ao amigo. Vejamos em que ela nos ajuda:
“A inundação que devasta uma cidade não é um ‘ato de Deus’, embora as companhias de seguro assim a designem. Mas o esforço das pessoas para salvar vidas, correndo o risco por alguém que lhes é totalmente desconhecido, e a determinação de reconstruir uma comunidade depois que as águas da inundação abaixarem, isto pode ser denominado ato de Deus.
Quando alguém está morrendo de câncer, eu não considero Deus responsável pela doença ou pela dor que ela provoca. As causas são outras. Mas já vi Deus dar a tais pessoas a força de viver cada novo amanhecer, de serem gratas por um dia de sol ou de relativa ausência de dores.
Quando pessoas que nunca foram particularmente fortes se fortalecem frente à adversidade, quando pessoas que tendem a pensar apenas em si mesmas perdem o egoísmo e praticam atos heróicos em uma emergência, eu tenho de me perguntar a mim mesmo onde elas conseguiram qualidades que francamente admitem nunca terem tido antes. Minha resposta é que esta é uma das maneiras de Deus nos ajudar quando sofremos além dos limites de nossas forças.
A vida não é justa. Pessoas que curam contraem doenças, pessoas honestas são roubadas e pessoas inocentes morrem em guerras e acidentes. Alguns veem a iniquidade da vida e decidem: ‘Não existe Deus; o mundo não passa de um caos.’ Outros veem a mesma iniquidade e se perguntam: ‘De onde proveio meu sentimento do que é justo e do que é injusto? De onde proveio meu sentimento de ofensa e indignação, minha resposta instintiva de simpatia quando leio nos jornais sobre alguém totalmente estranho que foi golpeado pela vida? Acaso não provieram de Deus? Acaso não depositou Ele em mim um pouquinho de sua ira divina pela injustiça e pela opressão, como fez com os profetas da Bíblia? Não será meu sentimento de compaixão pelos aflitos simples reflexo da compaixão que Ele sente quando vê o sofrimento de Suas criaturas?’ Responder à iniquidade da vida com simpatia e com justa indignação, deixando a compaixão e a raiva de Deus fluir através de nós, talvez esteja aí a prova mais segura da realidade de Deus.”
Para mim, esta passagem do livro é reveladora quando me ajuda a entender que, muitas vezes, não podemos evitar o sofrimento e a dor, mas podemos, com a ajuda de Deus, ir enfrentando e lutando contra estes infortúnios.
P. Cleber Fontinele Lima
Programação Paróquia
– Ouça o Programa Mensagem do Dia, pela Rádio América AM 1270, de segundas a sábados, às 11h50min;
– 22.02 – quarta: Aniversário do Hospital Montenegro (86 anos);
– 26.02 – domingo: 9h – Culto no Centro com oração pelos enlutados e bênção pela saúde;
– 27.02 – segunda: 19h – Reunião do Conselho Escolar do Colégio Sinodal Progresso;
– 04.03 – sábado, no Culto das 19h, abertura do Ensino Confirmatório. Todos (as) os (as) Confirmandos (as) devem estar presentes.