Saímos de Puerto Natales, no sul do Chile, perto do meio-dia, rumo ao Parque Nacional Torres Del Paine, segundo os chilenos, uma das 7 maravilhas do mundo. Título totalmente merecido, inclusive! A estrada que dá acesso ao parque é bem mais ou menos (um chão batido com muita pedra, pior que todas as localidades do interior aí de Montenegro, com certeza), e levamos um certo tempo pra percorrer os 120 quilômetros até lá.
Mantido pelo governo chileno, o local é gigante e tem uma estrada que percorre parte dele. O resto só se conhece a pé. Porém, alguns passeios estão fechados por causa da neve, e só abrem na alta temporada, verão. Fizemos duas caminhadas das inúmeras que estão funcionando. Uma foi a do Glaciar Grey. Após uma hora de caminhada pela beira de uma prainha onde a areia dá lugar a pedras pequenas de granito e basalto, a parada é no mirador do Lago Grey, de onde enxergamos uma ponta do glaciar e alguns pequenos icebergs soltos.
Outra que, pelo que nos falaram, é a mais linda do lugar: do Salto Grande até o Mirador Los Cuernos. Duas horas para ter a maior recompensa: de lá, é possível ver as famosas Torres de lado, ao fundo de um vale e um lago verdíssimo. Indescritível.
E lá, no meio da mais absoluta intocada natureza, ouvindo a conversa incansável das folhas ao vento e a corrida das águas do rio, bateu uma vontade de ficar ali. Não no Parque, mas no “nada” que é tão tudo ao mesmo tempo. Aquela vontade que um dia já foi completamente impensável: estar longe de tudo que conhecemos como sociedade organizada, vivendo próximo dos animais, sobrevivendo com a que terra dá em abundância e a cada dia aproveitar o ar mais puro que existe. Esse sempre foi o sonho do meu irmão, e eu, que já achei ridículo, me pego pensando nesse estilo de vida que é para poucos: os que têm a sorte de conseguir se desligar.
Nós ainda não temos e, por isso, aproveitamos os dias e, principalmente, as noites no Parque. Dormimos a primeira delas na entrada norte, próximo à Laguna Amarga, um espetáculo extra. Chegamos e já estava escuro, então só no outro dia de manhã pudemos perceber a beleza de onde estávamos. O norte de um vale incrível.
A segunda noite passamos na entrada do glaciar e ouvimos o rio do nosso ladinho a noite toda. A última foi muito especial: no mirador da Villa Rio Serrano, já do lado de fora do parque, próximo à saída sul. Uma vista incrível, e um por do sol de tirar o fôlego.
Quanto custa?
Bom, a entrada no Parque Torres Del Paine não é barata, não. Pagamos o equivalente a R$ 62,00 para cada um. Porém, isso te dá direito de aproveitar três dias no local, o que é suficiente para visitar tudo. Algumas caminhadas, como já falamos, só podem ser realizadas com guias nesta época, como o passeio até a base das Torres. Para esta caminhada, o preço mais baixo que encontramos (com guias autônomos, não agências) foi cerca de R$ 150,00. Além disso, são quase 10h subindo e descendo montanhas congeladas para ir e voltar. Não rolou.
Chegamos em El Calafate
Desde que contei à Lica, uma das diretoras do Ibiá, que iria viajar pela América Latina e ela me falou sobre sua ida às geleiras, sobre El Calafate e o quão incrível tinha sido essa experiência, eu coloquei na cabeça que uma das paradas obrigatórias desta aventura seria essa. E cá estamos, em El Calafate, a cidade mais charmosa por que passamos nesses 50 dias longe de casa. Ainda não conhecemos os glaciares, mas nossa previsão é fazer esse passeio na próxima segunda, dia 1º de julho. Aqui está um dos maiores glaciares do mundo, o Perito Moreno. Inclusive, não só a geleira, como toda a cidade, homenageia Francisco Moreno, estudioso, pesquisador e desbravador dessa área de terras argentinas. Mas isso é assunto pra próxima semana.
Lembrete:
Qualquer dúvida, sugestão, crítica (construtiva, por favor) ou dica que queira nos dar, é só entrar em contato pelo email [email protected] ou nas nossas redes sociais @comanaluzpelomundo.