Engana-se quem pensa que a indefinição sobre a data das eleições, provocada pela pandemia de coronavírus, mantém os partidos políticos em quarentena. Nos bastidores, as movimentações vêm ocorrendo de forma mais intensa nas últimas semanas. Embora as “máscaras” escondam as reais intenções de algumas lideranças, fica cada vez mais clara a tendência à formação de uma frente com pelo menos três das maiores legendas da cidade: PTB, MDB e PDT. Um dos entusiastas da coligação é o vereador Cristiano Braatz, do MDB, que toparia até mesmo concorrer a vice se a costura vingar. Sua única ressalva é que o cabeça de chapa seja alguém que, como ele, não está enrolado em processos por improbidade. Quinta-feira, da tribuna da Câmara, ele disse que os partidos, ao lado de muitos eleitores, são os grandes responsáveis pelas falcatruas na política, por escolherem mal seus candidatos e por votar em pessoas que já demonstraram não ter seriedade e honestidade.
Alvos – Os desavisados podem até achar que se trata apenas de um exercício retórico, mas não é. Cristiano fez uma referência direta ao prefeito Kadu Müller e ao ex-prefeito Percival de Oliveira, cujos nomes devem estar na urna eletrônica. Sobre o atual chefe do Executivo, pesa uma acusação de irregularidades nas contas de campanha de 2016, quando concorreu a vice. E Percival ainda responde a pelo menos quatro ações na Justiça do tempo em que governou a cidade, entre 2005 e 2012. Contudo, nenhuma delas deve ter sentença até o pleito e, como são de primeiro grau, mesmo em caso de condenação, não impedirão sua candidatura porque ainda caberão recursos.
Escolha – Atualmente, o MDB é cortejado tanto pelo PTB de Zanatta quanto pelo Republicanos de Percival. Os 45 componentes do diretório se reúnem dia 20 de junho para decidir em que bote vão embarcar. Aparentemente, existe uma ligeira preferência por Percival, que era do partido quando governou a cidade. Alguns de seus secretários e assessores sonham em retornar às antigas funções, o que pode pesar na hora da decisão.
Vices – Na verdade, o MDB não tem um nome para vencer as eleições, mas oferece dois para vice. Um deles é o do médico Valdir Kleber e o segundo é o de Cristiano Braatz, que só aceita se for com Zanatta. Quinta, ele disse que não fará campanha e talvez nem mesmo concorra à reeleição se tiver de pedir votos para alguém que tenha algum tipo de “rolo”.
Frente – Assim como o MDB, o PDT também não tem nomes para ganhar a disputa, depois que a ex-vereadora Iolanda Hofstätter decidiu não concorrer a prefeita. Os manda-chuva do partido já estão conversando com o PTB e veem com bons olhos o ingresso do MDB no grupo. Seria o início da construção da “frente partidária”, com calma, de tijolinho em tijolinho.
Alvos – Caso o PTB, o MDB e o PDT consigam realmente deixar as diferenças históricas de lado e cheguem a um consenso em torno de quem vai representá-los na eleição, outros partidos poderão se juntar ao grupo. Fala-se no PSDB de Márcio Menezes e no Democratas. Neste caso, estaria surgindo uma espécie de “frentão”.
União – Os dirigentes partidários reconhecem o potencial de Percival e do prefeito Kadu – que concorrerá à reeleição pelo Progressistas. O primeiro, pelo nome e pela história. O segundo porque tem a força da máquina pública. Sozinhos, PDT, PTB e MDB dificilmente venceriam esses dois. Juntos, têm chances. Mas há muitas arestas a serem aparadas.
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Levanta-te e anda!
Quem disse que é preciso ir à Igreja para ser abençoado com um “milagre”? Com dificuldades de caminhar por causa do rompimento de um ligamento no pé esquerdo, o vereador Valdeci Alves de Castro (Republicanos) parece ter alcançado a “graça” durante a sessão da Câmara de quinta-feira à noite. Ao fim do encontro, ele voltou à tribuna para explicações pessoais. Na “ida”, locomoveu-se com dificuldades, amparado por um par de muletas. Ao retornar, porém, caminhava quase normalmente. As “órteses” até foram esquecidas junto ao púlpito e coube ao vice-presidente da Câmara, Felipe Kinn da Silva (MDB), entregá-las ao dono. Aleluia, irmãos!
Em recuperação – A cena arrancou risadas dos colegas e o presidente da Câmara, Neri de Mello Pena (PTB), chegou a dizer que a ida à tribuna havia feito bem a Valdeci. Brincadeiras à parte, obviamente não se tratou de um milagre. O vereador lesionado está em fase de recuperação e já consegue percorrer pequenas distâncias sem o uso das muletas. Milagre teria sido uma passagem dele pela tribuna sem repetir as críticas de sempre aos responsáveis pela conservação das estradas. Há três anos, “religiosamente”, os ataques são exatamente os mesmos.
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Rapidinhas
Num primeiro momento, o secretário municipal da Fazenda, Antônio Filla, praticamente descartou adiar mais uma vez o vencimento do IPTU para pagamento em cota única. Contudo, o prefeito Kadu acabou cedendo ao pedido dos vereadores Felipe Kinn (MDB) e Neri Pena (PTB). O prazo foi de 29 de maio para 7 de julho.
Com Rose Almeida (PSB) e Erico Velten (PDT) desistindo de buscar a reeleição, já está garantida, pelo menos, uma renovação de 20% na Câmara para 2021. Há quatro anos, as mudanças chegaram a 90%.
O vereador Cristiano Braatz (MDB) tem sido “duro” na avaliação do governo que pretende ajudar a derrotar nas urnas. Segundo ele, a Administração Kadu só não é um desastre completo porque conta com as secretárias Cristiane Gehrke (Indústria, Comércio e Turismo) e Cristina Reinheimer (Saúde).
Reuniões da Comissão Geral de Pareceres da Câmara andam com baixo quórum. Como é o momento de discutir os projetos e ouvir os envolvidos em cada matéria, os “ausentes” chegam ao plenário, nas quintas, com dúvidas ridículas. O puxão de orelha foi feito por Talis Ferreira (Progressistas) na última sessão.
O início da cobrança pelo estacionamento no Centro, dia 15, pode parecer um problema a mais para os comerciantes neste primeiro momento. Rapidamente, porém, perceberão aumento das vendas, pois a necessidade de pagar para deixar o carro deve levar às lojas quem realmente deseja comprar e, por falta de vagas, acabava desistindo.