Todos nós temos uma tendência à esperança.
Esperamos por algo diferente. Esperamos por um melhor emprego, um grande amor, uma nova oportunidade. Esperamos que a vida nos traga algo diferente do que temos e que, com esse presente, possamos enfim encontrar a felicidade.
Esperamos que o outro mude, que seja mais carinhoso, mais humilde, mais combativo ao que a vida lhe entrega. Esperamos que nosso chefe seja mais paciente, que nossos pais tenham maior compreensão de nossas necessidades, que nossos filhos aceitem nossas orientações.
Esperamos, e esperamos, e esperamos…
Esperamos que Deus escute nossas preces e atenda a nossos pedidos, esperamos que Ele nos dê paz e conforto. Que nos dê compreensão sobre Seus desígnios, que entendamos nossos destinos e a razão de nossa existência… Esperamos…
O problema é que, ao esperar, estamos esquecendo…
Esquecemos que a vida nos foi presenteada com o livre arbítrio, esquecemos que nos foram dadas as condições necessárias para atingir o que precisamos, o que queremos, esquecemos que existe um preço a ser pago por cada decisão, esquecemos das causas e das consequências de viver a vida em sua plenitude, tudo isso baseado na crença do esperar por dias melhores, esperar que tudo se aquiete e que cheguemos ao nosso destino.
Esquecemos do Cristo, que ao ver Pedro ansioso por caminhar sobre as águas, assim como Ele fazia, apenas lhe disse: Venha! Pedro tentou, mas fracassou, afundou sob as águas e Cristo, em sua sabedoria, apenas disse: homem de pouca fé!
Ter esperança de que algo vai melhorar é bom, pois reduz a ansiedade e o nervosismo que antecede a batalha. O problema é basear sua expectativa de sucesso na esperança. Pedro esperava caminhar sobre as águas, afinal era discípulo do Cristo, mas não teve a fé necessária para isso.
Quando os problemas se avolumam e crescem ao nosso redor, chegando ao afogamento no mar da confusão, das dívidas, da solidão, do desapontamento amoroso, da falência financeira, Cristo olha nossa ansiedade e diz: vem, caminha sobre o mar de problemas! Mas, como Pedro, afundamos e culpamos o Cristo por nossa falta de fé.
Em nenhum momento, foi nos ensinado esperar, mas sim, ter a certeza da presença de Deus e nela se apoiar, flutuando sobre qualquer mar de desespero ou de sofrimentos. Não vacilar um segundo sequer sobre Sua existência e Seus desígnios, erguer nossos braços e travar nossas batalhas.
Todos temos a oportunidade diária de ficar em nosso leito e esperar por Deus, mas, movidos por uma força interna, levantamo-nos e andamos. Olhamos o chamado diário do Cristo para caminhar sobre o mar, mas, como Pedro, afundamos ao final do dia. A maravilha é que, no dia seguinte, a mesma oportunidade nos é dada, para que aprendamos e entendamos o real significado do caminhar sobre o mar…
Eu ainda não aprendi…, mas continuo tentando, pois deve ser uma experiência incrível… A cada tentativa diária, tenho a certeza de estar mais perto de conseguir caminhar sobre as águas! E você, já conseguiu caminhar sobre as águas?