O que é ter fé? O que é, de fato, viver na fé?
Responder a essa pergunta requer um grande e difícil exercício de empatia, pois nos obriga a, antes de concluir sobre o tema, pensar no outro…
Ter fé está muito além do acreditar em algo, está mais para não ter qualquer dúvida sobre no que depositamos nossa fé. Significa ficar tranquilos e certos de que essa força nos movimenta por dentro, nos completa, nos acalma e nos consola.
É ter a certeza de que jamais estaremos sós e que o desamparo aparente faz parte de um plano divino, que as dores momentâneas cessarão e que, em algum momento, ficaremos bem.
Está além do tempo, pois essa certeza não prevê o momento da mudança, apenas acalenta o coração ao apresentar um final melhor, um lugar onde se chegar, logo ali à frente, palpável e tangível aos olhos.
Está além do espaço, pois a fé nos eleva o pensamento, normalmente, na direção do Cosmo, de Deus, do que nos acalma.
Está além da razão, pois não precisa ter lógica, não precisa ter uma descrição exata ou um conteúdo racional. Normalmente parece impossível para quem não crê, levanta a dúvida de quem não está preparado para enxergar e apaixona aqueles que, sem exercerem sua fé, depositam suas crenças na fé dos outros.
Por isso a empatia.
Ter fé traz a responsabilidade do exemplo, pois o outro nos enxerga e nos vê como pessoas diferenciadas, exemplos a serem seguidos em um mundo de desalento e dor. Em nós, coloca a carga de seu sucesso ou de seu insucesso. Nos julgam como charlatães, enganadores, loucos… em nossa fé buscam refúgio, mas como as inquietudes são individuais, correm o sério risco de não encontrarem o que buscam e tornarem-se ainda mais perdidos e sofredores.
Precisamos compreender que nossa fé nos ilumina e essa luz traz necessidades e esperança para os que não têm fé. Precisamos olhar para estes com ternura e entender suas dores, buscando, mais que palavras consoladoras, gatilhos emocionais que os ajudem a encontrar a fé que tanto buscam.
Ter fé não é ter religião, ou dogmas, ou rituais. Estes ajudam a simbolizar as crenças. Mas a fé requer o silencio da alma, a ternura do coração e a certeza absoluta de que não estamos sozinhos nem desamparados, que todo aprendizado é válido, que toda experiência engrandece. E que Deus, em sua sabedoria, nos aguarda em todas as religiões, todos os cultos, todos os templos e em todos os rituais, desde que O tenhamos em nossos corações e entendamos que ter fé não abre qualquer possibilidade de dúvidas ou incertezas no Amor Universal e no bem maior da humanidade.
Como está sua fé hoje?