O legado da Copa

Carlos Eduardo Vogt
Enfermeiro

A Copa do Mundo aqui no Brasil deixou um legado e tanto para o povo que acreditou e torceu para que os jogos ocorressem no país. Tudo começou quando nosso país teve a sorte de ser escolhido de forma idônea em um sorteio, alguns anos antes dos jogos acontecerem.
Após o sorteio, começaram as licitações de obras para que as cidades escolhidas recebessem mobilidade urbana, para fazer bonito para os milhares de turistas que viriam visitar e prestigiar os jogos no país do futebol e do Carnaval.
As cidades que sediariam jogos da Copa do Mundo no país viraram verdadeiros canteiros de obras. Uma bagunça absurda, mas, ao ser finalizada, ocorreria o que o governo que estava “comandando” o país há algum tempo denominou de “O Legado da Copa do Mundo do Brasil”. Nada mais, nada menos do que ônibus de última geração, trens que andariam sob viadutos, obras de mobilidade urbana, como viadutos, túneis, asfalto de última geração e estádios que iriam ficar na história do mundo como os melhores e mais modernos.
Passados cinco anos da Copa do Mundo aqui no Brasil, podemos perceber que os modernos estádios foram hiperfaturados e, tirando um ou outro, estão jogados às traças, ruindo, depois de custarem bilhões de Reais aos contribuintes. Os famosos ônibus articulados que andam somente em corredores e favorecem muito quem trabalha todos os dias, ajudando a organizar o trânsito das grandes cidades, em 90% não passam de entulho. Os trens que andariam suspensos nas grandes capitais foram comprados, mas, cinco anos depois, estão jogados em depósitos, já que não ocorreram as obras para que pudessem andar, levando os trabalhadores de forma mais ágil dentro dos grandes centros.
Cinco anos!
Em Porto Alegre, a famosa trincheira da avenida Ceará está criando mato, mas é um grande legado da Copa do Mundo do Brasil.
Enquanto isso, no Qatar, faltando três anos para a Copa do Mundo, 76% das obras estão prontas, funcionando e já servindo à população daquele lugar, onde o transporte público é motivo de orgulho dos administradores, que, ao contrário dos nossos, levam a administração pública muito a sério.
Para mim, o legado que a Copa deixou foi a vergonha de termos gente sem caráter sobrando e que ganhou muito dinheiro público, enquanto os anencéfalos choravam os 7×1.

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