Isolamento social

Carlos Eduardo Vogt
Enfermeiro

Quando iríamos pensar que estaríamos vivenciando o que estamos. No começo, parecia algo besta, mais um vírus bobo que não faria nada além de trazer uma gripe ou nos casos mais brandos, um resfriado.

O tempo passou e começamos a nos dar conta de que a coisa era um pouco mais delicada. Muitas informações desencontradas, pessoas se aproveitando do momento, até que na Europa começaram a morrer pessoas como nos tempos da segunda guerra. Mortes em massa, caos, pânico e tristeza pelas perdas.
O mundo ficou em alerta!

Foi decretado então, que a população brasileira permanecesse em casa, em isolamento. Com a falta de informação muitos não deram bola, achando que tudo não passava de besteira. Enquanto isso na Europa, milhares de pessoas morrendo a cada dia. Mas no Brasil até então, poucos casos, poucas mortes…
Talvez o isolamento social estivesse funcionando, mesmo com a pressão de comerciantes e comerciários, que não poderiam de forma alguma parar de trabalhar. Entendo os dois lados. A situação é delicada, pois a contaminação deste vírus é rápida e ao achar alguém que apresente alguma comorbidade, ele se aproveita e acaba se manifestando.

O isolamento social não tem por objetivo fazer com que as pessoas não contraiam o vírus, até porque mais cedo ou mais tarde todos iremos contrair. O problema é que se todos os pacientes de grupo de risco adoecerem ao mesmo tempo, não teremos como dar assistência. Assim sendo, o isolamento social tem como principal objetivo segurar ao máximo a contaminação de pessoas que podem fazer parte de nosso convívio e que poderão sofrer as consequências da doença.

Há estudos que falam que quando 75% da população mundial estiver contaminada, estaremos com imunidade ao vírus.
Sei que o momento pede muita prudência. Me coloco sempre no lugar das pessoas e penso nos comerciantes que estão precisando se reinventar para não quebrar, mas temos que seguir as recomendações para mais tarde não estarmos chorando em cima do caixão de alguém que amamos.

Pela primeira vez na minha vida profissional posso dizer que estou bastante apreensivo com a atual situação. Há muita informação que não chega a população e talvez por isso, muitos não estejam dando a devida importância as determinações do Ministério da Saúde.

Mas peço para aqueles que podem permanecer em suas residências, que fiquem o máximo possível.
Perdemos profissionais de saúde para esta doença, no país começaram a disparar o número de casos e mortes. O frio está chegando e os países que foram acometidos pelas mortes estão saindo do inverno. Nós estamos entrando.

Vamos ficar em casa, tentar nos reinventar a cada dia e pensar que está em nossas mãos segurar a curva de contaminação do vírus.
Façamos nossa parte!

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