O primeiro registro de utilização desse pavimento vem da ilha de Creta. O império romano também utilizou o recurso e construía suas vias utilizando o conceito. Como exemplo podemos citar a via Ápia, pavimentada através do travamento de pedras naturais perdura até os dias de hoje. Mas foi em meados dos anos 1940 que os primeiros pisos travados de concreto começaram a ser produzidos, mais precisamente na Holanda. Por se tratar de um país que está abaixo do nível do mar, o solo apresenta características instáveis prejudicando a pavimentação por concreto aplicado. A união dos blocos individuais de concreto foi a saída mais adequada para resolver o problema do tipo de solo daquele país. As primeiras peças produzidas tinham 10x20cm e inicialmente foram chamadas de pedras holandesas. O piso travado emergiu como um substituto mais prático e confortável em relação ao paralelepípedo, popular durante muitos anos por sua resistência e durabilidade (fonte: https://pt.wikipedia.org).
Não é preciso ir muito longe para observar o grande aumento no uso dos tijolos intertravados ou PAVERS comumente chamados aqui em nossa cidade. Muitas construtoras de residenciais espalhados pela cidade utilizam esses materiais nas suas construções. Quando damos uma volta pelas cidades vizinhas como Pareci Novo, Tupandi, São Sebastião do Caí e Bom Princípio, percebemos que muitas ruas e passeios públicos são em sua maioria constituídos destes blocos de cimento.
Quando reformei minha casa há uns anos atrás, minha preocupação não era apenas com a estética que os materiais proporcionariam ao local, mas também o impacto que teriam ao meio ambiente. Optei naquele momento pela utilização dos PAVERS e confesso a você leitor que passados mais de sete anos foi a melhor decisão que tomei.
Se você buscar nos arquivos do Jornal Ibiá verá inúmeras matérias a respeito de inundações em nossa cidade, e não são aquelas provocadas por períodos longos de chuva. Estamos falando das chuvas torrenciais aquelas que em poucos minutos têm o poder de destruir tudo que estiver em sua frente.
Exemplo desses registros foi a chuva intensa que caiu na tarde do dia 5 de março de 2019 causando enormes transtornos. Os pontos mais afetados foram as partes baixas da cidade. Temos em Montenegro uma bomba relógio, que, combinada com uma rede de drenagem obstruída, poucos pontos de retenção e infiltrabilidade possuem um poder devastador.
Na semana passada, o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo precisou vir a público comunicar que se preciso fosse retiraria o asfalto colocado sobre uma rua de paralelepípedo perto da Igreja das Dores. Antes de colocar asfalto em determinado local, é preciso verificar a viabilidade e demais alternativas, entre elas os PAVERS.
Sou totalmente favorável ao asfalto em vias de grande fluxo, mas nas demais precisamos ter um olhar diferente. Para mim todo projeto de pavimentação na nossa Montenegro precisa partir de um estudo que diminua os impactos ambientais, valorize os imóveis e reduza a grande vazão de água em pequenos períodos de forte chuva.
Para concluir, peço ao novo secretário de Planejamento do município um olhar atento para infraestrutura, calcanhar de Aquiles de todos os prefeitos que passaram pelo Palácio Rio Branco.