Estradas rurais são uma necessidade básica para prover uma determinada localidade com um fluxo regular de mercadorias e serviços. Permitem o desenvolvimento das comunidades por ela atingidas e por consequência garantem a melhoria de sua qualidade de vida. Embora se possa dizer que as estradas rurais, por si só, não são capazes de romper as barreiras que levam ao empobrecimento das comunidades, elas podem por outro lado, ser importantes agentes indutores de crescimento e proporcionar significantes benefícios sociais e econômicos (Fonte: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/78281/000897119.pdf).
Ou o gaúcho é mais exigente ou realmente a situação das estradas no Rio Grande do Sul está em situação pior do que a média do restante do Brasil. Enquanto nacionalmente 58,2% apresentaram algum tipo de problema e foram consideradas regulares, ruins ou péssimas, no Estado esse índice chegou a 62,8% (Fonte: Jornal do Comércio).
Acredito que a pesquisa acima se fosse realizada hoje, apenas em nossa cidade alcançaria um resultado muito maior do que os 62,8%. Caso esta mesma pesquisa fosse direcionada ao nosso interior com certeza nossos gestores públicos ficariam envergonhados com o resultado.
O Jornal Ibiá trouxe em suas páginas no dia 28/07/2020 uma reportagem onde os agricultores relatavam a precariedade das estradas do interior, segue o relato: “Bastou iniciar o período que combina dias de chuva e de colheita de citros para os moradores do interior de Montenegro começarem as queixas a respeito das estradas. Nesta semana, um leitor enviou à redação do Ibiá uma foto feita na Linha Catarina que circula em grupos de rede social, onde é possível ver um caminhão carregado com frangos que terá que encarar uma subida tomada de barro”.
Segue outro relato veiculado no Jornal Ibiá em 2018: “Querendo estrada sem buracos e com boas condições de trafegabilidade, moradores de Santos Reis utilizaram seus tratores para fazer a manutenção da via. Há algumas semanas, o Ibiá percorreu o trecho que vai da Sociedade 11 Amigos até a divisa com Macega, interior de Maratá, e constatou a existência de dezenas de buracos”.
Podemos verificar que a demanda por boas estradas no interior é algo antigo, quase nada foi feito para mudar este quadro.Todos nós sabemos que os investimentos em infraestrutura são altos e requerem uma constante manutenção. Um período de vários dias de chuva é suficiente para acabar com um belo trabalho de terraplanagem, aquela sarjeta com sua declividade correta, bigode bem feito para conduzir as águas das sarjetas, tudo se desfaz rapidamente.
Como um novo gestor público pode manter suas promessas de campanha e não cair na mesma mesmice de seus antecessores? Como ele pode equacionar as necessidades dos cidadãos do Centro e do interior por vias em boas condições de trafegabilidades? Estas respostas devem ser dadas pelos técnicos, especialistas e pelo próprio mandatário aos seus munícipes.
Ninguém quer um canteiro de obras na sua cidade faltando alguns dias para a eleição. Precisamos de gestores que deixem legados, pessoas com olhares atentos as necessidades de seu povo. O homem do campo, apenas deseja escoar sua produção, para isto, só pede estradas boas e uma rede elétrica que atenda suas necessidades.