Faça piadas, mas não brinque com a saúde

Dentre tantas coisas que nós, brasileiros, fazemos de melhor, os memes com certeza se destacam. Essas piadas que circulam na internet são marca registrada nossa. Na alegria e na tristeza; na saúde e na doença; em todos os dias da nossa vida, estamos dispostos a tirar uma graça, fazer uma piada e viralizar na internet com um meme.
E caramba, como isso é incrível! É um povo que sabe rir, apesar de suas agruras. Mesmo no caos, conseguimos encontrar alguma graça, algum conforto. Quem não se lembra do famigerado 7 a 1? Foi sofrido, mas nos rende memes até hoje! E as piadas com o salário, que mal cai na conta e já nem existe mais? São ótimas e usadas mesmo por aqueles que conseguem chegar ao fim do mês no azul.
O fato é que nossa gente é ótima em levar tudo na esportiva. Inclusive o isolamento social em função do novo coronavírus e todas as consequências da pandemia. O que não pode acontecer é confundir as piadas, brincadeiras e memes com os cuidados com a saúde. Nossa capacidade em rir das situações mais difíceis não pode se sobrepor aos cuidados necessários à saúde.
Sim, riamos de tudo, do vírus, da quarentena, da falta do que fazer em casa e de todas as situações que ocorrerem nos próximos dias. Contanto que cuidemos da nossa saúde! Com doenças, não se brinca. E antes que você ache que eu estou maluca, quero deixar claro que não estou sendo contraditória. Vamos rir sim. Pelo menos enquanto pudermos. Isso faz bem para o nosso psicológico e ajuda a enfrentarmos essa crise toda. Mas não dá para ignorar as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.
Sair à rua sem necessidade extrema, apenas para bater perna, dar uma voltinha, passar no mercado para pegar algo trivial, que você sobreviveria sem ou até mesmo andar de farmácia em farmácia, nesse momento, são exemplos de atitudes de quem brinca com a saúde. E são atitudes péssimas, porque mesmo que para você o vírus talvez seja pouco ou nada agressivo, para outras pessoas ele pode ser fatal. E você pode ser um vetor. Agindo de maneira irresponsável, andando por aí sem necessidade e não mantendo hábitos de higiene constante, somos quase como um Aedes aegypti, só que para o coronavírus. E vamos ser sinceros, que ninguém quer isso, né? Até as academias estão disponibilizando videoaulas de exercícios para fazer em casa. Tudo para que possamos restringir ao máximo as voltinhas e caminhadas, ajudando, assim, a achatar a curva do contágio do novo coronavírus. E pra quem ainda não entendeu, o objetivo é preservar vidas, fazendo com que menos gente fique doente ao mesmo tempo e que o sistema de saúde tenha condições de dar atendimento a essas pessoas, evitando que o Brasil tenha ainda mais mortes do que a Itália.
Mesmo que você não conviva com idosos, pode ser um vetor para pessoas que você nem imaginava. Teu melhor amigo pode ser uma pessoa imunodeprimida; aquela prima pode ter um problema respiratório crônico e você talvez nem saiba. Pode ser que a tua vizinha tenha acabado de engravidar. E um ato de irresponsabilidade pode custar muito para essas pessoas. Aí a piada perde a graça, não é mesmo? Há motivo para termos medidas drásticas em nosso município e região, mesmo antes de serem confirmados casos da Covid-19 por aqui: é justamente para que, com a menor circulação de pessoas, evite-se ao máximo que a doença chegue e se espalhe, sobretudo para aquelas pessoas que podem pagar com a própria vida pela irresponsabilidade alheia (ou sua mesmo).
Então, meus caros, fazer piada pode. Mas desde que estejamos tomando providências necessárias para que esse vírus seja somente uma piada aqui na nossa região, e não tomemos mais um 7 a 1, dessa vez na nossa saúde.

Últimas Notícias

Destaques