Ao que tudo indica efetivamente as coisas estão voltando ao normal e o pior já passou. Essa pandemia de Coronavirus parece estar sendo verdadeiramente mantida sob controle, graças à ciência e à dedicação heroica de médicos, pesquisadores, cientistas, infectologistas, estudiosos e profissionais da saúde que não mediram esforços para que lográssemos, depois de tanta dor e sofrimento, chegar até aqui.
Acredito que, assim como na minha memória, na lembrança de milhões de outras pessoas mundo afora, também ficarão eternizadas as imagens que assistimos nos noticiários sobre o impacto trágico e devastador dessa pandemia. Gente como a gente, pessoas com sonhos, amores, expectativas, desejos não concretizados foram interrompidos por um vírus que nos assolou de maneira terrivelmente cruel. E se não bastasse isso, ainda tivemos de assistir, incrédulos, aos negacionistas contestando a ciência, retardando esse processo que poderia e deveria ter sido bem menos espinhoso.
Eu, com uma idosa e duas crianças dentro de casa, sendo um pré-adolescente, carreguei comigo a aflição, a preocupação de trazer o vírus pra dentro de casa e atingir as pessoas que eu amo. Por isso, é inadmissivel ver pessoas discutindo e relutando sobre a aplicação de vacinas, pois estamos falando em VIDAS, onde milhares de pessoas perderam seus entes queridos, e muitos não puderam ao menos se despedir.
Mas os números comprovam, irremediavelmente e em todo o País que, com o avanço da vacinação o contágio desse maldito vírus vai sendo contido. Então não há como ou por que se deixar de saudar o fato de que as taxas de internações hospitalares e os óbitos decorrentes dessa grave enfermidade sigam despencando nas últimas semanas e, finalmente, já consigamos perceber que a vida vai de novo sendo recolocada no seu natural curso.
As escolas retornando gradativamente às aulas presenciais, os empregos sendo recuperados, embora haja ainda muito mais a se avançar nesse aspecto, as universidades, as viagens novamente programadas por quem há dois anos se manteve estanque, os estabelecimentos comerciais com muito menos restrições voltando a contratar colabores, porque suas clientelas retomam os hábitos de outrora, os parques e praças cada dia mais frequentados e movimentados, as academias, igrejas, cinemas, shoppings e, assim, vamos mais uma vez nos encorajando a seguir, enquanto ainda persiste a necessidade de preventivo distanciamento, uso de máscara, zelo pela higiene e nos adaptamos ao que o senso comum tem classificado como o “novo normal”.
Parece haver luz no final desse túnel e é para lá, para o outro lado dele, que nos move a esperança coletiva e mundial. Chegaremos daquele outro lado repletos de marcas e cicatrizes, mas a tendência é de que cheguemos vivos e fortes, salvos porque, ainda que tardiamente, imunizados.
Ficarão, sim, as tristes marcas desse período trágico. Mas ficam também os aprendizados. Eu penso que saberemos, daqui pra frente, muito mais sobre como não agir ou não permitir que se haja, quando em jogo estiverem a VIDA e a SAÚDE de nossos iguais.
Nossa amada Montenegro vai, como muitos outros municípios do Brasil e do mundo, aos poucos se redescobrindo viva e promissora. Que bom! Já não era sem tempo!