No ano passado, um dos nossos primeiros projetos apresentados no Legislativo Municipal foi a instituição da Semana Municipal de Conscientização e Diagnóstico sobre o Transtorno do Espectro Autista, em Montenegro, prevista para ocorrer no período compreendido entre os dias 02 a 08 de abril, anualmente.
Após a aprovação do projeto na Câmara Municipal e a sanção do Prefeito Gustavo Zanatta, a cidade passou a contar em seu calendário de eventos, com esse importante período de reflexão e atividades voltadas à necessidade de mais rico e amplo debate sobre o tema autismo, o que vem na esteira do Dia 02 de Abril – Dia Mundial de Conscientização do Autismo, assim declarado pela ONU, em 2008.
Mas, por quê? Por qual razão tivemos essa iniciativa e quais foram as nossas expectativas por ocasião da proposição do projeto? Essa é uma pergunta de resposta muito simples. Porque hoje, no mundo, estima-se que haja um autista dentro de cada grupo de 110 pessoas. Isso significa dizer que, no Brasil, onde na atualidade contamos com uma população de cerca de 200 milhões de habitantes, devemos possuir aproximadamente 2 milhões de autistas. Apenas no Estado de São Paulo já se verificam números superiores aos 300 mil casos e, apesar dessa expressiva quantidade de brasileiros portadores desse transtorno, há muita ausência de informação e de políticas para minimizar o sofrimento de quem necessita de tratamento adequado.
Somente em 1993 essa síndrome foi inserida à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde, o que certamente muito contribuiu para o fato de ainda estarmos patinando na construção de diretrizes mais eficazes que atendam pacientes e seus familiares, dando-lhes melhor qualidade de vida e saúde.
O desafio é grande, mas não pode e não deve ser encarado como árduo ou espinhoso. Montenegro tem o seu rico manancial de profissionais da área da saúde de excelência, gente capacitada e muito bem disposta a oferecer o seu melhor em prol da nossa comunidade e, portanto, somando-nos a estas pessoas é que, com dedicação, determinação, união e alegria por iniciarmos a trilhar na direção de um novo e mais positivo cenário, acreditamos e seguimos.
Ainda há muitas lacunas a serem preenchidas e, no mundo todo o autismo carece de respostas, de maneira a assegurar melhores dias a quem sofre com a enfermidade. Precisamos de mais e mais pesquisa, mais verbas para o sistema de saúde pública, mais recursos para a ciência e muito aprofundamento dos estudos a respeito. Já se sabe que o autismo se apresenta em diferentes graus, podendo estes ser extremos ou leves, o que evidentemente influirá no comportamento da criança ou adulto acometido pelo transtorno.
Uma das formas de tratamento mais empregada para abrandar o desgaste físico e emocional desencadeado por portadores e familiares de autistas é a chamada Terapia Comportamental (TC), que oferece uma espécie de treinamento aos envolvidos para que, assim, possam melhor lidar com os pacientes no curso da vida.
Portanto, meus queridos leitores, estejam atentos e participem da programação prevista até o próximo dia 08 e somem-se a essa causa que é de todos nós.