Eu, como ser humano que sou, tento, sempre que posso, fazer com que cada decisão que tome, cada atitude, cada criação, seja em benefício da humanidade. Não porque eu me beneficio disso, ainda que também o faça, claro, mas porque eu sei que é o propósito fundamental do ser: ser humano. No sentido mais profundo da palavra.
E nesse ponto é muito mais fácil falar do que fazer. É muito mais fácil escrever do que fazer. É muito mais fácil postar versículos bíblicos, por exemplo, do que verdadeiramente buscar por em prática o amor ao próximo.
Muitas vezes eu pensei em desistir de algumas coisas que faço, mas sempre sou renovado pela memória de que, meu propósito, é fazer o que faço pelos outros. Para inspirar um legado, ser exemplo para todos. E só posso fazer isso se jamais desistir e continuar buscando ser o humano que sempre quis ver nas pessoas ao meu redor.
Para muitos, fazer o bem ao próximo é fazer o bem a si mesmo, mas como já comentei em outro texto, nas palavras da Mestra Aneela, quem pensa assim está, ainda, produzindo um ato completamente egoísta, mascarado de altruísmo. Porque o verdadeiro altruísmo é pensar nos outros, anulando a si mesmo. E, acredite, é talvez o processo mais difícil para a mente humana, repleta de vícios, crenças caóticas e má índole. E, mesmo essa mente cheia de falhas, estufa o peito para dizer-se espiritualizada; mas, indo de forma mais coerente consigo mesma, orgulha-se de ser caótica, de ser grossa, de ter “personalidade”, é intolerante, mas vive como se o movimento “gratiluz” (que vejo ser um desfavor à verdadeira espiritualidade) lhe transcendesse a alma e lhe conectasse com todos os espíritos de luz do Universo. Entretanto, com toda essa espiritualidade “gratiluz”, essas mentes ainda são intolerantes, repletas de vícios e caóticas. E tem orgulho disso, o que é mais doido ainda. Esse é o poder do Ego.
Há uma frase que ouvi dos lábios da incrível professora e filósofa Lúcia Helena Galvão que diz algo assim: “Quando atravessamos e vencemos o mar do autoconhecimento, temos que ter cuidado, porque, do outro lado, a vaidade é a primeira a nos dar os parabéns”. E vejo muito isso em prática, mesmo em mim, que me policio tanto para destruir esse tipo de pensamento logo de início. Nunca é fácil, mas é importante focar nesse trabalho.
Porém, também como dizia Aneela, “o ego não é um monstro. Ele é parte do ser humano, e parte fundamental que lhe compõe. Entretanto ele é como um animal que, bem domado e usado para o bem, pode-se lavrar com ele a terra para cultivar os mais belos pomares, mas, descontrolado, ele pisoteia tudo e destrói até o que não é de seu mestre”. Esse é o ego, e em pessoas mau espiritualizadas, como muitos filhos do movimento “gratiluz”, ele é poderoso.
Por isso desfaça-se de si mesmo, de forma profunda e real, para que possa abrir os olhos para uma verdade difícil de se ver através do caos dessas mentes iludidas.