A vida é de uma perfeição sublime

Antes de tudo, deixe-me perguntar uma coisa para você: Quando sonha, você se lembra em qual momento o sonho começou? Ou quando você se dá conta ele já está em andamento? Outra pergunta: Você se lembra onde sua vida começou? Ou sua mais antiga lembrança já é da vida acontecendo?

A consciência é algo sublime. Não porque é uma função superior do cérebro, o que não é, pois as funções cerebrais são extensivamente mapeadas e a idéia de que a consciência é um efeito da soma dessas funções não passa de suposição, uma vez que não há evidência nenhuma de como ela acontece, mas porque ela é o que permite ao ser humano saber que sabe. É ela que lhes torna conscientes da própria vida, que lhes permite supor, idealizar, imaginar e experimentar o mundo de infinitas formas. E é ela, exclusivamente, que separa o ser humano do resto dos seres vivos do mundo.

O ser humano é um animal. Isso é inegável. São símios. Isso também é inegável. Todavia não são, nem de perto, limitados a ser apenas um animal superior a esses, pois existe um abismo intransponível entre o ser humano e os outros seres vivos. Abismo que eles jamais vão superar. E esse abismo se chama Consciência. É ela que permite saber que se está vivo, saber que se pensa, saber que outros seres existem e pensam também, saber que se imagina, que se sonha e que a vida se transforma e que, de um ponto de vista comum, os seres nascem e morrem.

É a Consciência que verdadeiramente experimenta a vida, as coisas Manifestadas da Existência. A Consciência é que observa o Movimento da Existência e interage com ele, criando vivências, sensações, experiências. E, enquanto o mundo é passageiro e as coisas impermanentes, a Consciência é eterna, pois ela não começa e não termina. Ela passa de um Movimento ao outro, para viver novas experiências nessa Manifestação que está sempre em mutação.

A Consciência é um aspecto da própria Existência, um aspecto de Deus, única coisa verdadeiramente real em tudo isso. E por isso é eterna. Essa Consciência é Deus experimentando a si mesmo no Movimento que cria essa Manifestação que chamamos de mundo, de Universo, de vida. Portanto, o ser humano ainda é um animal, mas um animal provido de um aspecto divino, que lhe faz consciente de tudo e de todos, inclusive de si mesmo e, enquanto é Deus, experimentando a vida, não pode ter a audácia e arrogância de pensar que ele, enquanto animal, é Deus, pois é temporário, impermanente e frágil; aspectos do Movimento, que hora é e hora não é. Deus, não. Deus é sem começo ou fim.

E, ainda que exista esse aspecto divino em cada animal humano, é importante ter em mente que esse é a Consciência, e não os pensamentos e a personalidade que se cultiva ao longo da vida comum. Estes desaparecerão com o que se entende por morte. Porém, o grande segredo desse acontecimento, é o entendimento de que a Consciência não percebe quando esse fim chegou, ou onde a outra vida começou. Porque ela é eterna. E a vida, como um sonho.

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